4 de mar. de 2009

No prato, sorvetes de moqueca, camarão, queijo

CLIMA
Criações de SP são premiadas na Itália

Imagine chegar a um restaurante e saborear sorvetes de gorgonzola, de camarão e de chutney de manga. Isso é só a entrada. Para o prato principal, bolas de moqueca, coentro com azeite e pimenta biquinho. De quebra, a sobremesa: sorvetes de cachaça, de caju e de castanha do Pará.

Essa criação um tanto exótica, parceria do chef paulistano Bruno Stippe – da cantina C... Que Sabe! – com o mestre sorveteiro Frederico Samora – que tem uma sorveteria em Uberaba (MG), conquistou o júri formado pela imprensa especializada e arrebatou o prêmio especial do concurso Gelato in Tavola, ocorrido em janeiro em Rimini, na Itália.

“Sorvete como acompanhamento de pratos quentes é a nova tendência da alta gastronomia europeia”, acredita Stippe. Até o meio do ano, ele pretende lançar a ideia em sua cantina, no Bexiga. “Já estou preparando meus funcionários”, antecipa. E por que não aproveita o calor e coloca isso no cardápio já? “Os europeus consomem durante o ano todo, até mesmo no inverno. Quero chocar o mercado.”

Não será a primeira casa paulistana a ter sabores inusitados de sorvete servidos com refeições. No Chef Rouge – com unidades no Jardim Paulista e no Morumbi Shopping –, a chef Renata Braune esporadicamente arrisca tais experimentos. “Já servi sorvetes de ostras, manga com pimenta, queijo de cabra com tomilho e café com cerveja”, enumera Renata. “O brasileiro ainda tem um pouco de preconceito e prova com um pé atrás.” De acordo com a chef, em um prato elaborado, o sorvete pode assumir o papel que seria do molho ou da guarnição. “É interessante o contraste de sabor, textura e temperatura.”

O restaurante Picchi, no Itaim-Bibi, mantém em seu cardápio o sorvete de manjericão (R$ 14, duas bolas). Ao menos ali a, digamos, iguaria é apresentada como sobremesa – não divide espaço com os pratos principais. E aí? Vai encarar?


Terça-feira, 3 de março de 2009

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