30 de jun. de 2009

Entre 12 milhões de toneladas de alimento por mês

COMPORTAMENTO
Do administrador de apenas 18 anos ao herdeiro do sanduíche de mortadela, histórias dos mercadões paulistanos

Em busca de variedade de produtos e, muitas vezes, de atendimento personalizado, todos os meses cerca de 1,4 milhão de pessoas circulam pelos 15 mercados municipais paulistanos. Elas têm à disposição um total de 681 boxes com quase tudo o que se pode imaginar: de frutas exóticas como pitaia, abiu, magostiam e rambutã a queijos de todos os tipos; de lanches caprichados a carnes variadas; de sementes de alecrim a peixes frescos. Tamanha oferta tem procura, como prova o balanço mensal dos mercados. Somados, eles vendem 12 milhões de toneladas de alimentos por mês.

A fatia mais opulenta dessa numeralha fica com o Mercado Paulistano, o famoso e tradicional Mercadão, da Rua da Cantareira - cujos dados, aliás, são registrados juntamente com o vizinho, o Mercado Kinjo Yamato, construído para ser um entreposto de verduras complementar ao Mercadão. Mais antigo em funcionamento na cidade, foi projetado por Ramos de Azevedo em 1926 e erguido sete anos depois. Por seus 12,6 mil m² circulam, mensalmente, 600 mil clientes, atendidos pelos 1,6 mil funcionários que trabalham ali e comercializam, juntos, 10,5 milhões de toneladas de alimento por mês.

Presente no Mercadão desde a inauguração, o boxe Queijos Roni é quase um patrimônio histórico. A tradição da família no ramo vem de longe. "Começou com meu bisavô em 1889, quando ele deixou a Calábria, na Itália, para se fixar no Brasil, onde passou a fabricar queijos", relata Roque Tadeu Peta, o Roni, de 54 anos, engenheiro civil de formação que há 22 anos decidiu largar diploma e carreira para tocar o empreendimento da família. "Quando meus avós começaram a trabalhar aqui no mercado, a ricota era embalada em folha de bananeira e a manteiga ficava em tambor, vendida a granel."

A poucos metros de seu boxe fica outro pioneiro: o Bar do Mané, hoje administrado por Marco Antonio Loureiro, de 52 anos, neto do fundador. Ali nasceu o famoso lanche de mortadela, reproduzido por diversos outros boxes deste e de outros mercados da capital. "O bar servia para atender os atacadistas que vinham comprar alimentos no mercado", afirma. "Era uma coisa simples e rápida." Os lanches de mortadela começaram a ficar conhecidos nos anos 60. Marco conta que, atualmente, são vendidas ali cerca de 600 unidades por dia (R$ 9 cada, com aproximadamente 300 gramas de mortadela). Recentemente, ele fez uma reforma em seu boxe, ampliando o espaço. "Agora pretendo dobrar a venda."

O segundo mercado mais movimentado da cidade é o da Lapa, que recebe nos 95 boxes 200 mil clientes por mês. Ali são comercializadas, mensalmente, 380 mil toneladas de alimento. Mesmo em meio a tamanho corre-corre, Silvio Yoiti Katsuragi, o dono da Peixaria São José da Lapa, encontra tempo para um hobby: os peixes (vivos!). Ele cuida de dois aquários - de 800 litros cada, um com 4 pacus e outro com 30 kinguios - que decoram um dos corredores do mercado. "Foi uma tentativa, há mais de dez anos, de vender peixes vivos, para quem quisesse assim", revela. "Mas a vigilância sanitária não permitiu. Então decidi dar às crianças a oportunidade de apreciarem um aquário." Aquarismo, aliás, é uma paixão do empresário, formado em Administração e Direito. Ele também mantém um aquário de mil litros, com carpas, no escritório, e outro, de 90 litros, com kinguios, em casa.

Não muito longe está a memória viva do Mercado da Lapa: Salvador Falabella, de 80 anos, que trabalha ali, no mesmo local, há 45. Ele é o dono da Tabacaria Falabella, loja de fumos fundada pelo pai, Pedro - e que hoje é dividida com o filho, Fabio, de 35 anos. "Olha, eu vi isso aqui mudar muito. Acredito que hoje o público é menor, pois o mercado sofre a concorrência dos supermercados, que existem em todos os lugares", comenta. "Mas o cliente que vem aqui é diferente: gosta de conversar, perguntar..."

Em termos de experiência, ele é exatamente o avesso do administrador Bruno Gomes Marcos, que toca o Empório Flor da Lapa há seis meses. Suas feições denunciam a pouca idade: apenas 18 anos. "Quando completei 18, minha mãe não queria mais que eu ficasse vagabundeando em casa e comecei a gerenciar o boxe, que é um negócio da minha família", diz ele, que cursa o 1º ano de Administração na Pontifícia Universidade Católica (PUC) e, como bom descendente de lusitanos, torce para a Portuguesa. "Mas também para o Palmeiras", divide-se.

LIVROS USADOS E QUADROS
Os mercados da periferia são bastante semelhantes, tanto pela diversidade como pelos personagens. Além de alimentos, no de Guaianases, aberto em 1989, é possível encontrar livros usados e uma espécie de ateliê de arte. Uma das 36 lojas dali é a Book Box, um sebo de livros com cerca de 6 mil volumes. "Meu pai, Juraci, trabalha com livro há 20 anos", conta Jonathan Alves Cavalcanti, de 21 anos, que toca o negócio. "Ele tinha uma banquinha perto da Estação São Miguel (em São Miguel Paulista). Então pensou em entrar no mercado de lá, em 2006." Deu certo e o sebo virou rede, com uma loja (de rua) no Itaim Paulista e, desde novembro, o boxe do Mercado de Guaianases. E, criado assim no meio dos livros, ele gosta de ler? "Sim. Leio de dois a quatro livros por mês, principalmente os de aventura", garante, citando como autores prediletos o americano Sidney Sheldon (1917-2007) e a britânica Agatha Christie (1890-1976).

Com telas que variam de R$ 18 a R$ 200 - "Às vezes a gente 'negoceia' porque precisa levar o sustento para casa", frisa -, o artista plástico Silvio da Silva Junior, de 57 anos, faz do corredor o seu estúdio. Autodidata, conta que desde criança gosta de desenhar. Há 12 anos, começou a pintar com óleo sobre tela. Já foi metalúrgico, torneiro mecânico e vendedor ambulante. "Passei a viver de quadros há três anos", lembra. "O poder aquisitivo aqui na região é baixo. Já cheguei a ficar um mês sem vender obra nenhuma." Ele prefere pintar animais, imagens sacras e paisagens, "mas faço de tudo porque trabalho com encomenda também".

Domingo, 14 de junho de 2009

29 de jun. de 2009

Manifestantes pedem Parque na Rua Augusta

MEIO AMBIENTE
Via ganhará 178 mudas de árvores ao longo da semana que vem

Com abraço simbólico no terreno e cartazes onde se lia "Temos direito a um parque" e "Queremos o Parque Augusta", cerca de 500 pessoas - segundo a organização do ato - se reuniram ontem em um manifesto na frente da área de 23,7 mil m² na Rua Augusta, entre as Ruas Caio Prado e Marquês de Paranaguá, na região da Consolação. Moradores e estudantes de colégios próximos dali reivindicam, em uma luta que já dura alguns anos, a criação do Parque Augusta no local onde funcionou, entre 1907 e 1967, o colégio francês feminino Des Oiseaux.

O terreno, tombado desde 2004, pertence a uma incorporadora e foi declarado de utilidade pública no ano passado, a pedido da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA). Antes disso, a empresa proprietária vinha tentando aprovar no Conselho Municipal do Patrimônio Histórico (Conpresp), um projeto de construção de três prédios de 38 andares. "Queremos preservar o todo, o terreno inteiro", defende a líder comunitária Célia Marcondes, presidente da Sociedade dos Amigos e Moradores do Bairro Cerqueira César (Samorcc), que organizou a manifestação.

Em nota, a SVMA confirmou que pretende transformar a área em um parque, informando que o processo de desapropriação está em "fase de avaliação administrativa pela Secretaria de Negócios Jurídicos". O novo parque fará parte do Programa 100 Parques, promovido pela secretaria, que pretende ter uma centena de espaços verdes em São Paulo até 2012 - hoje são 57 parques municipais.

Para a presidente da Samorcc, o novo parque representaria uma melhoria na qualidade de vida da região. "Temos de preservar essa última área verde do bairro para que as pessoas tenham, efetivamente, um lugar ao sol, um espaço para sair de dentro do apartamento e tomar um solzinho", diz.

AUGUSTA ARBORIZADA

Os manifestantes aproveitaram o encontro - e a data, já que se comemorou ontem o Dia Mundial do Meio Ambiente - para iniciar o plantio de 178 árvores novas ao longo da Rua Augusta. "Hoje fizemos o plantio de dez mudas", conta Célia. "Ao longo da semana que vem, vamos plantar o restante na Augusta inteirinha."

As mudas, de espécies variadas como ipê-rosa e falso-barbatimão, foram bancadas graças a um Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta (TAC), resultante de crime ambiental ocorrido em 2005. Na época, os enfeites de Natal colocados por lojistas causaram danos irreversíveis nas árvores das redondezas, tamanha a quantidade de pregos utilizados para fixá-los nas plantas. A contrapartida acertada foi a colocação de novas árvores. De acordo com Célia, os exemplares escolhidos foram recomendados por um paisagista.


Sábado, 6 de junho de 2009

28 de jun. de 2009

Dupla recolhe lixo para fazer esculturas nas ruas

ARTE
Desde o início do ano, os artistas plásticos Rodrigo e Pado percorrem bairros paulistanos à procura de tranqueiras e, com elas, criam obras

É possível afirmar que fazer arte do lixo é a maneira mais intensa de aderir ao conceito da reciclagem. “Nosso trabalho é visceral”, concordam, quase em uníssono, os artistas plásticos paulistanos Rodrigo Machado, de 36 anos, e Pado, como é conhecido Cleber Padovani, de 27 anos.

Desde o início do ano, eles vêm espalhando pela cidade curiosas esculturas construídas com tranqueiras encontradas pelas ruas. “É o nosso tapão na orelha da sociedade”, explica Rodrigo, ensaiando um discurso ecologicamente correto.

O processo de criação da dupla é, no mínimo, curioso. Eles não combinam nada antecipadamente. Tudo acontece meio que por acaso. “Nos encontramos no domingo, geralmente pela manhã, e damos um rolê de carro por algum bairro, até acharmos um local interessante”, conta Rodrigo. “Pelo caminho, a gente enche o Uno de lixo.” Apanhado nas ruas, obviamente.

Na última criação, domingo retrasado, quando fizeram uma árvore batizada de Pé de Lixo em plena Avenida Paulo VI – prolongamento da Sumaré, na zona oeste da capital –, levaram cerca de três horas apenas para recolher o material pelas redondezas. Tinha de tudo: ventilador, monitor de computador, aspirador de pó, cadeira, ferro de passar, sapato... “Gastamos mais umas seis horas montando a escultura”, dizem.

Foi a sétima vez que essa rotina se repetiu. Rodrigo e Pado fizeram Sala de Escritório, O Portal, Totem, Esfinge, O Carro, A Girafa e Pé de Lixo, em bairros como Pinheiros, Pompeia, Lapa e Vila Mariana.

Segundo estimativa dos artistas, 80% da matéria-prima utilizada vem das ruas. O resto, também lixo, é trazido por eles. “Até os pregos são reaproveitados”, garante Rodrigo.

ORIGEM
A dupla se conheceu por acaso. Formado em Educação Artística pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), Rodrigo sempre trabalhou com cenografia. Há quatro anos abriu uma empresa, em Perdizes, que faz esse tipo de trabalho para eventos e peças teatrais.

Pado foi artesão, desses que vendem brincos, colares e esculturas nas ruas – já usava o lixo como matéria-prima – e fez decorações de vitrines para comerciantes. “Há uns cinco anos, fiz uma instalação na Mooca”, lembra. Desde o ano passado, trabalha na empresa de Rodrigo.

Então ambos começaram a planejar uma maneira de usar sua criatividade para interferir na cidade.

Quando começaram com as esculturas de lixo, criaram um blog (http://urbantrashart.blogspot.com) para guardar suas criações. As obras são fotografadas e as imagens, disponibilizadas na internet.

Não gostam de filosofar muito sobre o que produzem. “A gente pode usar muitos conceitos, mas no fundo mesmo só fazemos isso por curtir utilizar a criatividade e materiais alternativos. Mas tem, sim, a parada do reaproveitamento, da preservação do meio ambiente...”, diz Rodrigo. “No fundo, dar umas marteladas é nossa terapia.”

E onde querem chegar com essa peculiar arte? “A gente pensa em trabalhar a sério com isso, de repente organizando exposições na rua ou até, usando sempre o lixo como matéria-prima, em museus”, planeja Rodrigo. “Também seria bom viabilizar oficinas para ensinarmos a molecada a não jogar fora algo que dê para transformar.”

Enquanto nada disso acontece, os dois continuam usando seus domingos para interferir na paisagem urbana de São Paulo. Mesmo que, no dia seguinte, o caminhão de lixo recolha tudo e leve embora.

em parceria com Tiago Queiroz.


Quinta-feira, 4 de junho de 2009

27 de jun. de 2009

Air France enfrenta sua pior tragédia

TRAGÉDIA DO VOO 447
Lançado em 93, A330 nunca havia registrado incidentes graves

A tragédia do voo Rio-Paris é o pior acidente da história da Air France e dos modelos A330 da Airbus. O modelo foi lançado em 1993 e praticamente não havia tido acidentes graves - o único ocorrera em 1994, em um teste realizado pela empresa.

O A330 é um projeto avançado de engenharia e um sucesso comercial do fabricante, o consórcio europeu Airbus - ao preço base de US$ 170 mil, já foram vendidos mais de mil. Empregando tecnologia digital, pode operar virtualmente sem interferência dos pilotos - embora os comandantes possam assumir o controle no momento que quiserem, saindo do procedimento automático.

A cabine de comando conta com telas de cristal liquido que abrem até 28 páginas. O piloto controla o A330 por meio de um joystick semelhante ao de um videogame. Todos os aviões deixam a fábrica de Toulouse com o weather radar, que permite acompanhar as condições de clima a longa distância e, em caso de tempestade, sugere alternativas de fuga e informa a velocidade dos ventos. No entanto, é inútil se o fenômeno for o da turbulência de céu claro.

A Airbus confirmou que, assim que soube do incidente, montou uma equipe para estudar o caso e repassar todas as informações aos investigadores do Brasil e da França. "Seria inapropriado para a Airbus entrar em qualquer forma de especulação sobre o que causou o desaparecimento", concluiu. Em 2008, a Airbus perdeu dois aviões. Um deles era um A310, no Sudão. Outro foi um A320, em El Salvador.

COMUNICADO
Ontem, a Air France se limitou a emitir um comunicado, afirmando que lamentava o incidente e confirmava a perda da aeronave. O avião era o 660º desse modelo já produzido pela Airbus e estava em operação desde abril de 2005. Tinha 18,8 mil horas de voo e decolara cerca de 2,5 mil vezes. "Neste momento, não há mais informações", afirmava o texto.

A Air France nasceu em 1933, da fusão de diversas empresas que operavam na França. Após a 2ª Guerra Mundial, iniciou um processo de expansão, tornando-se uma das gigantes da aviação europeia. Em 1994, incorporou todas as companhias aéreas francesas e acabou parcialmente privatizada cinco anos depois. Em setembro de 2003, fundiu-se com a holandesa KLM, dando origem à maior companhia aérea da Europa. Atualmente, atende a 258 destinos - um total de 74.795 passageiros diários, em 621 voos. Seus aviões de carga transportam 1,5 mil toneladas/dia.

Em termos de faturamento, a Air France-KLM é o maior grupo de aviação do mundo. De acordo com o próprio site, foram 24,11 bilhões no ano financeiro de 2007-2008. O grupo responde por 105 mil empregos. Sua base principal é o Aeroporto Charles de Gaulle.

No verão de 2000, após um grave acidente aéreo com um Concorde (mais informações nesta página), a Air France decidiu aposentar o modelo. Já o modelo A330 era considerado pela indústria aeronáutica "uma obra de arte".

em parceria com Jamil Chade e Roberto Godoy.


Terça-feira, 2 de junho de 2009

26 de jun. de 2009

Placas incompletas desafiam a legislação

ADMINISTRAÇÃO
Poucas sinalizações detalham as datas previstas para o início e para o término dos trabalhos

Afixada na frente das obras do Centro de Convivência Educativo e Cultural de Heliópolis, o CEU da localidade, uma placa traz somente o nome da edificação e uma descrição dos serviços que estão sendo executados ali. No CEU Uirapuru, no Butantã, a situação é ainda pior: os operários acharam melhor arrancar a placa, antes mesmo do término da obra. “Foi só para passarmos o alambrado”, disse um deles à reportagem. “A obra já está quase pronta.”

Não era para ser assim. Todas as obras da Prefeitura devem exibir, em placas, informações aos contribuintes, segundo a Lei 10.953, de 28 de janeiro de 1991.A legislação determina que constem nelas o nome do órgão responsável, os números e as datas da concorrência e dos contratos, o valor global da obra e o tempo de duração, com data do início e o prazo para a conclusão. No entanto, não existe uma uniformização dos modelos e, apesar da lei, há diferenças nas informações de diversas placas na cidade.

O formato mais comum das atuais placas de obras públicas apresenta uma descrição dos trabalhos a serem feitos, o número do contrato, o valor, a empresa contratada e o prazo para a execução dos serviços. E, em letras garrafais: PREFEITURA TRABALHANDO. No entanto, poucas detalham as datas de início e término dos trabalhos. A Secretaria Municipal de infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) não se posicionou sobre a situação.

Embora não faça parte das principais obras estruturais listadas pela Siurb, a reforma do Teatro Municipal, no centro, também pode ser citada como mau exemplo. A placa ali afixada traz apenas o número do contrato, o valor total e o prazo para conclusão – sem informar, entretanto, o início da intervenção.

Uma das poucas placas “perfeitas” é a da obra do Solar da Marquesa, no centro. Além da data de assinatura do contrato, havia a indicação que começou em abril de 2008 e tem prazo de conclusão de 18 meses. Além disso, continha todas as demais informações previstas na legislação.

A lei recebeu duas emendas limitando o período de exposição. A principal, de 1998, determinou que essas sinalizações só podem ser colocadas “no máximo 30 dias antes do efetivo início da obra a que se refere”. Outro artigo prevê que o poder público fica obrigado a retirá-las em até 30 dias após o fim dos trabalhos.

em parceria com Renato Machado.

Domingo, 31 de maio de 2009

25 de jun. de 2009

Intervenções viárias são as campeãs de atrasos

ADMINISTRAÇÃO
Reconversão urbana do Largo da Batata também está fora do prazo, assim como reforma na Ponte do Limão

Além do Complexo Viário do Jaraguá, outras três obras viárias estão entre as mais atrasadas da cidade de São Paulo: a Ponte do Limão e os Viadutos do Café e Beneficência Portuguesa.

É de 2004 o primeiro contrato para obras na Ponte do Limão, quando a estrutura foi abalada por um caminhão que passava pela Marginal do Tietê e ficou entalado. Foram realizados reparos emergenciais, mas os trabalhos acabaram paralisados por quatro anos e meio. As obras foram retomadas em fevereiro deste ano, com término previsto para junho.

Na região do Largo da Batata, o atraso das obras prejudica principalmente os comerciantes. O movimento de pessoas – e, consequentemente, seus ganhos – caiu. O contrato foi assinado em dezembro de 2004 e o prazo para a conclusão era de 1 ano e 2 meses. A nova previsão é de que seja inaugurado ainda em 2009.

Os lojistas reclamam que operários não concluem os trabalhos de forma organizada. “Eles já quebraram a minha entrada umas cinco vezes. Por que não fazem tudo de uma vez?”, questiona o empresário Alexandre Della Corte. Sua loja de produtos de R$ 1,99 teve o acesso totalmente bloqueado na quinta-feira passada.

Caso parecido vive Keiko Ota, dona de um comércio de autopeças. Ela afirma que seu estabelecimento registrou queda de 50% no faturamento nos últimos anos, pois as obras impedem que automóveis estacionem na garagem para trocar peças, como baterias e rodas. “Nesta semana nenhum carro entrou aqui. Eles falaram que essa etapa das obras iria durar 40 dias, mas o prazo se esgotou faz tempo”, diz.

Especialistas procurados pelo Estado para comentar a questão das obras atrasadas na capital avaliam que é enorme o prejuízo para a população. O urbanista Cândido Malta Campos Filho, da Universidade de São Paulo (USP), defende que obras urbanísticas, como a do Largo da Batata, deveriam ter prioridade. “Nosso urbanismo é muito precário”, justifica. “Ao mesmo tempo que temos uma ânsia por locais de convivência coletiva e social, sentimos falta de arquitetos com esse tipo de cabeça, que pensem o espaço urbano, planejando boas calçadas e praças, por exemplo.”

Ao contrário das promessas de campanha de reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM), três Centros Educacionais Unificados (CEUs) ainda não estão completamente concluídos. São eles o Uirapuru, no bairro do Butantã, o Heliópolis – que está na segunda e última etapa de obras – e o Jaguaré. Este último é o mais atrasado. Seu contrato foi assinado em 2004, com previsão de término em 8 meses. Deve ficar pronto apenas no segundo semestre deste ano.

em parceria com Renato Machado.


Domingo, 31 de maio de 2009

24 de jun. de 2009

A contista que torna o real ficção

PAULISTÂNIA
Beatriz Bracher levou para a literatura toda a confusão do caso Isabella

"A aglommeração cresce em frente à delegacia. O crime aconteceu há duas semanas, a pequena Annabella, 6 anos, foi jogada do 6º andar do edifício Villa Londdon, na Vila Mazzei, Zona Norte da cidade de São Paulo." Assim começa o conto Cloc, Clac (crianças, a cidade e a sala), um dos 19 que integram o livro Meu Amor, lançado recentemente pela Editora 34. Não há como não se lembrar do caso de Isabella Nardoni, morta em março do ano passado. Toda a confusão que se seguiu e as informações desencontradas e repetidas são trazidas à tona pela escritora Beatriz Bracher (Por isso, aliás, palavras aparecem grafadas com letras duplicadas. "Com a repetição, esse caos e cacofonia ficam mais intensos aos leitores", explica).

Não foi a primeira vez que a cidade serviu como pano de fundo para a paulistana Beatriz. Em Raza, conto publicado originalmente na revista Bravo! em 2004, ela provoca uma reflexão sobre a periferia. "Um lugar cheio de desambição, descontinuidade da fala, violência e prostituição", comenta.

Sua relação com a cidade é umbilical. Nascida em 1961 no bairro de Pinheiros, ela se mudou para o vizinho Alto de Pinheiros três anos depois. Ali morou até se casar, aos 17 anos. Então viveu por três anos no Jardim Paulistano, de onde se mudou para o Rio de Janeiro. Quando se separou, em 1994, começou a pensar em voltar para São Paulo. Comprou uma casa em Alto de Pinheiros no ano seguinte e para lá voltou em 1996, onde vive até hoje - com o segundo marido, o economista Roberto Perosa.

Nesse meio tempo, foi uma das fundadoras da Editora 34, na qual trabalhou de 1992 a 2000. "Pessoalmente, eu achava que não tinha para onde ir além daquilo", conta, sobre sua saída. Tirou um ano sabático antes de vender suas cotas, em 2002. "Foi quando um amigo (o artista plástico Carlito Carvalhosa) me falou que eu precisava ter um projeto, ao tirar um ano sabático. E surgiu a ideia de escrever", lembra.

Escrever não era propriamente novidade para Beatriz. Ela admite que, na juventude, costumava botar no papel "uma coisa ou outra", mas nunca houve a intenção de publicar. "Quando me desliguei da editora, passei a me dedicar só a escrever", compara. Foi então que começaram a brotar suas obras: Azul e Dura (2002), Não Falei (2004), Antonio (2007), além do já citado Meu Amor.

E é agora, nove anos depois de sua decisão, que ela experimenta a maturidade literária, consagrada após arrebatar importantes prêmios. Em 2008, seu terceiro romance, Antonio, ficou em segundo no Portugal Telecom de Literatura, terceiro no Jabuti - categoria melhor romance -, e acabou finalista do São Paulo de Literatura. "Não esperava ganhar os prêmios. Foi algo que me confundiu. Fiquei muito alegre, mas minha cabeça se desorganizou um pouco", revela. "Há algo meio barulhento, um certo medo de achar que cheguei a algum lugar. Em literatura você não chega a lugar nenhum. Tem de começar do início a cada novo livro, é preciso se controlar para não ficar besta."

Para manter o controle, Beatriz segue um método: escrever diariamente, das 9h às 13h, desconectada do mundo. Telefone fora do gancho, porta fechada, silêncio. "Só consigo desta maneira", garante. Para conseguir essa tranquilidade, a escritora alugava uma casa no bairro de Pinheiros, a poucos minutos da sua, e a utilizava apenas para trabalhar. Ia de bicicleta. No ano passado, acabou comprando outra, próxima, e começou uma reforma para transformá-la em seu ambiente de trabalho. Deve ficar pronta em agosto.

A bicicleta não é a única atividade atlética de Beatriz. Três vezes por semana, ela costuma correr durante uma hora, seja pelas ruas de seu bairro, seja no Parque Villa-Lobos, ali próximo. "Participo até de competições de rua", conta. A última foi no dia 10 de maio. "Fiz os 10 km em 1h02", conta.

Profundamente identificada com o bairro onde passou a maior parte de sua vida, em 2001 ela decidiu adotar a Praça Conde de Barcelos, a 200 metros de sua casa. Com a ajuda de vizinhos, banca os cerca de R$ 2,1 mil mensais necessários para mantê-la. "Cada um paga o quanto acha que deve", diz. Há três anos, se tornou parceira na manutenção do jardim da Biblioteca Álvaro Guerra, também próxima dali. Com isso, gasta R$ 800 por mês.

Dois meses atrás, Beatriz se tornou vice-presidente do Instituto de Arte Contemporânea (IAC). "Envolvi-me porque desejo um centro de estudo, pesquisa e divulgação de artistas contemporâneos", explica ela - que, a propósito, é irmã da artista plástica Elisa Bracher.

Após premiações literárias, aumentaram os convites para participar de eventos da área, como o Festival da Mantiqueira, ocorrido entre 29 e 31 de maio, em São Francisco Xavier. "É muito legal o contato com o leitor, principalmente quando ele passa a sensação que teve quando leu o livro", acredita.


Domingo, 7 de junho de 2009

23 de jun. de 2009

Após uma década, viaduto sai do papel

ADMINISTRAÇÃO
Complexo Viário Jaraguá é a obra municipal mais atrasada em SP

O amontoado de ferros faz parte do cotidiano dos moradores e comerciantes do Jaraguá, na zona norte de São Paulo. Trata-se da obra do Complexo Viário do Jaraguá, um par de viadutos sobre os trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A intervenção é a mais atrasada da cidade. Há pelo menos três décadas os moradores a reivindicam para acabar com os congestionamentos diários, por causa da passagem dos trens. Mas, na próxima quarta-feira, dez anos após os primeiros passos da obra, uma parte da nova via deverá finalmente ser inaugurada.

O viaduto foi apontado como solução para que o fluxo de veículos na ligação entre a Estrada de Taipas e a Avenida Doutor Felipe Pinel não precisasse ser interrompido a cada passagem dos trens da CPTM. O intervalo médio na linha é de aproximadamente 6 minutos - no entanto, a passagem nos dois sentidos faz o tempo de cancelas abertas ser menor. Com isso, se formam grande filas ao longo da estrada. "Não havia muitos problemas quando a região era basicamente uma zona rural, há 40 anos. Mas foram construídos conjuntos habitacionais e o bairro cresceu", diz o consultor de trânsito Horácio Augusto Figueira. "Além disso, os trens da CPTM estão cada vez com intervalos menores."

Nos horários de pico, os motoristas chegam a esperar 50 minutos para percorrer um trecho de 400 metros. "Às vezes, prefiro andar 11 quilômetros a mais, indo pelo Rodoanel, só para não ficar tanto tempo parada", diz a professora Márcia Regina da Silva, de 48 anos. Moradora da Lapa, ela vai ao Jaraguá duas vezes por semana, para dar aulas em uma escola. "Eu gasto 20 minutos pelo outro caminho. Parada aqui, chego a esperar 40."

Após inúmeros abaixo-assinados dos moradores, a obra começou a ser feita em 1999, na gestão Celso Pitta. A estrutura metálica do Viaduto Jaraguá foi erguida e no mesmo ano os trabalhos foram abandonados. O primeiro contrato venceu seis anos depois, sem que a obra tivesse avançado. Uma nova licitação foi concluída em 2006, mas o processo foi paralisado porque uma das empresas perdedoras entrou com ação na Justiça. Após a resolução dos problemas, foram necessários ajustes no projeto, por causa das mudanças do bairro no período em que a obra ficou parada. Por exemplo, a CPTM sinalizou que tinha interesse em construir uma nova estação e por isso o viaduto teve de ser afastado. A Prefeitura destinou R$ 11,7 milhões para a conclusão da obra, que estava prevista para terminar em 540 dias - dezembro de 2008.

Procurada, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) não informou o motivo do novo atraso nas obras. A previsão é de que o viaduto completo seja entregue até o final do ano. Inicialmente, será inaugurada nesta quarta-feira uma parte da via com duas faixas - cada uma será usada para um sentido, enquanto a outra parte não for finalizada. Na sexta-feira, um grupo do cerimonial da Prefeitura foi ao local para verificar a possibilidade de antecipar a inauguração para o fim de semana, com a presença de autoridades. Um dos entraves à antecipação era a existência de um poste de energia, que só seria removido na manhã de ontem.

em parceria com Renato Machado.


Domingo, 31 de Maio de 2009

22 de jun. de 2009

65% das obras estão atrasadas em SP

ADMINISTRAÇÃO
Das 20 maiores empreitadas da Prefeitura, 5 nem sequer saíram do papel; por placas oficiais, há atraso de até 8 anos

Das 20 maiores obras estruturais em andamento em São Paulo - intervenções viárias, drenagens, edificações e ações urbanísticas -, apenas duas estão dentro do prazo estipulado em contrato. Treze se encontram atrasadas (65% do total) e cinco - embora apresentadas pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) como em andamento - nem sequer saíram do papel (e, apesar disso, ainda podem ser concluídas em tempo).

Para obter o levantamento, o Estado solicitou à Siurb uma lista com as principais obras estruturais da cidade no dia 4 de maio. Após insistentes pedidos, recebeu a relação no dia 21. A lista, contudo, apresentava obras já inauguradas - sete Centros Educacionais Unificados (CEUs) e a drenagem do Córrego Moringuinho, na Liberdade, por exemplo - e nomes trocados, como Complexo Jaguaré em vez de Complexo Jaraguá. A reportagem visitou todas as construções. Apenas as obras do Córrego Pirajuçara e da Rua Itapaiuna estão no prazo.

Variando entre 6 meses e 8 anos, estão atrasadas a reconversão urbana do Largo da Batata; a Biblioteca Mário de Andrade; a Ponte do Limão; os complexos viários do Jaraguá e Padre Adelino; os Viadutos do Café e da Beneficência Portuguesa; os CEUs Jaguaré, Uirapuru e Heliópolis; e as drenagens dos Córregos Aricanduva, Poli e Desportivo da Penha. "É um prejuízo para a cidade, porque são obras necessárias", alerta o urbanista Cândido Malta Campos Filho, professor da Universidade de São Paulo (USP). "Já há um déficit gigantesco de melhorias."

Embora estejam com projetos aprovados e contratos assinados, algumas obras ainda não foram iniciadas. São elas: a última etapa do prolongamento da Avenida Radial Leste, a recuperação da Cracolândia - Nova Luz -, a extensão da Avenida Jornalista Roberto Marinho e as reformas da Casa Número 1 e do Beco do Pinto.

Na opinião da urbanista Lucila Lacreta, do Movimento Defenda São Paulo, os atrasos são consequência da falta de organização do setor público. "Ao que nos parece, o governo não tem controle do cronograma das obras", diz. "Não sabe o que vai acabar primeiro, o que vai acabar depois. De repente, há um rol de obras descontroladas." Ela lança a ideia de que a Siurb divulgue, em site, o cronograma das obras em andamento. "Queremos que tudo fique mais claro para que os cidadãos possam acompanhar e cobrar", pede. "É preciso transparência."

Atrasadas, algumas obras ainda apresentam um aumento do custo inicialmente previsto. A drenagem do Córrego Aricanduva, por exemplo, sairia por R$ 97,6 milhões - com previsão de entrega em 3 anos, 2 meses e 15 dias -, conforme contrato de 2004. A última estimativa, entretanto, avalia a obra em R$ 132,5 milhões. Um aumento de 35,7%. Os CEUs atrasados tiveram um reajuste de 18,5%. A reportagem solicitou à Siurb informações sobre atrasos e reajustes de todas as maiores obras. Os dados das obras viárias e ações urbanísticas não foram fornecidos.

em parceria com Renato Machado.


Domingo, 31 de Maio de 2009

21 de jun. de 2009

Wright era um ‘garotão’ que venceu o mercado

AVIAÇÃO
Sua geração teve por meta chegar ao primeiro R$ 1 mi antes dos 30 anos

Roger Ian Wright, 56 anos, pertenceu a uma geração de garotões que tomou conta do mercado financeiro entre os anos 80 e 90, com a ambição pessoal de ganhar o primeiro US$ 1 milhão antes dos 30 anos de idade. Criou fama e fortuna no Garantia, o primeiro grande banco de investimentos do Brasil. Considerado uma das principais revelações do financista Jorge Paulo Lemann, ele logo montou a própria empresa, que hoje se chama Arsenal, uma consultoria de negócios.

Anos atrás, juntou a empresa de energia Cemig, o Banco Pactual e a empreiteira Andrade Gutierrez no consórcio que comprou a Light, operadora de energia do Rio de Janeiro, dos franceses da EDF. No momento, a Arsenal assessorava na reestruturação do frigorífico Independência, um dos maiores do País, que está em processo de recuperação judicial.

Era, também, o banqueiro particular de alguns empresários importantes. Ambicioso e ousado nos negócios, era querido na praça financeira. Quando se casou pela segunda vez – a primeira mulher, Barbara Cecilia Luchsinger Wright, morreu no acidente com o avião Fokker 100 da TAM, em 1996 – fez uma grande festa, na qual compareceu a nata financeira do País. “Ele foi meu chefe durante muito tempo no Garantia. Ajudou muito na minha carreira e tornou-se um amigo muito querido”, afirma Antônio Quintela, presidente do banco Credit Suisse no Brasil.

Wright ainda mantinha uma paixão pela arte que nem todos conheciam, embora Felipe, filho do primeiro casamento, fosse sócio do site Latinart, que vende obras de arte pela internet. “A coleção de Wright tem mais de 500 obras de pop art brasileiro dos anos 80”, conta o arquiteto e decorador Jorge Elias, amigo da família. Felipe, aliás, era um apurado colecionador de telas de Antonio Dias e Cláudio Tozzi. “Há quatro meses ficou pronta uma casa de Roger em Búzios, com um conjunto especial de salas para abrigar quadros.”

Elias conta também que costumava encontrar-se com o empresário frequentemente, seja em São Paulo – ele morava no Morumbi, na zona sul da capital –, seja em Trancoso – onde costumava receber os amigos na casa de veraneio. “Quando ele se mudou para São Paulo, há 15 anos, fui um de seus primeiros amigos por aqui.”

O genro, o arquiteto Rodrigo Faro – casado com Verônica, também arquiteta e dona do Pics, espaço infantil no Shopping Iguatemi – era o que o meio define como um “administrador de projetos”. Ele fazia a ponte entre proprietários e escritórios de arquitetura em obras de alto padrão. Na parte de criação, ambos assinaram o interior do Banco Geração Futuro, na Avenida Paulista.

LIGHT
A Assessoria de Imprensa da companhia Light, do Rio, confirmou no fim da manhã de ontem que a filha, o genro e o neto de 6 meses do presidente da companhia, José Luiz Alqueres, estavam a bordo do avião bimotor. Não foram dados mais detalhes. A publicitária Heloísa Alquéres Vaz Wright, o empresário Felipe Wright e o filho deles de 6 meses, Francisco Alqueres Vaz Wright, iriam passar o fim de semana no Terravista.


Domingo, 24 de maio de 2009

20 de jun. de 2009

Congonhas: 550 pousos e decolagens por dia

AVIAÇÃO

Segunda-feira, 14h. Binóculo em uma das mãos e radiocomunicador em outra, uma controladora de voo da torre de Congonhas tenta descobrir quem está interferindo na pista. Era um funcionário com uma máquina de aparar grama. Sim, gerenciar esse tipo de coisa também faz parte da rotina dos 45 controladores que trabalham na torre do aeroporto mais movimentado do Brasil, que chega a ter 550 pousos e decolagens por dia.

Dentro da torre de controle, a 37 metros de altura, ficam cerca de 9 controladores a cada turno. O silêncio, quase absoluto, só é interrompido pelos frequentes diálogos, em baixo volume, com os pilotos pedindo autorização para pouso ou decolagem. Tudo para manter a concentração. "Nos horários de pico, temos um pouso ou uma decolagem a cada 2 minutos", afirma o tenente Ubiraci Pereira (foto abaixo), especialista em tráfego aéreo - que trabalha na torre e foi controlador de voo de 1987 a 1999.

"O serviço é sempre visual", explica ele. "Os equipamentos servem apenas para auxiliar, mas a observação da pista é um pressuposto básico." Cada controlador tem, à disposição, um radar, um monitor com informações meteorológicas e outro que relata o status da pista - desde se tem ventos até se há alguma interferência como o tal cortador de grama. Ah, sim, e um relógio com o horário oficial de Greenwich, utilizado nos voos para evitar desencontros causados por fusos diferentes.

Para se tornar um controlador de voo existem dois caminhos: o civil e o militar. No primeiro caso, há um concurso público para a Escola de Especialistas de Aeronáutica, de Guaratinguetá, cujo curso de formação leva 2 anos. Após o processo, o profissional sai como terceiro sargento. O outro caminho é um curso de um ano no Instituto do Controle do Espaço Aéreo, de São José dos Campos.

"Aqui em Congonhas, 80% são militares da ativa, 10% da reserva, e apenas 10% são civis", conta o tenente. Mulheres começaram a ser admitidas em 2003 e hoje, dos 45 controladores do aeroporto, elas já são 21.

Na torre de controle, os profissionais se organizam em quatro funções - sendo que a última delas é uma peculiaridade paulistana. O primeiro posto, chamado de "autorização", cuida das aeronaves que ainda estão estacionadas. O controlador dá a permissão para a saída, checa o plano de voo e fornece o código transponder - quatro dígitos numéricos pelos quais o avião será reconhecido nos radares durante o percurso.

A segunda função é a de "solo", a quem compreende gerenciar a movimentação da aeronave em terra dentro do aeroporto - o trajeto até a pista, por exemplo. Em seguida, vem o posto de "torre", que coordena quem está pousando e quem vai entrar na pista para decolar, de modo que tudo saia em perfeita sincronia e não haja acidentes.

Por último, uma função que só existe em São Paulo. "Trata-se de uma particularidade, algo que tivemos de criar para resolver um fato social: o elevado número de helicópteros nas proximidades de Congonhas", conta o tenente. Assim, em 2001 iniciaram-se os estudos que resultaram na instalação, três anos depois, do monitoramento dos helicópteros que circulam em um quadrilátero imaginário que interfere na "rampa de aproximação do aeroporto" - que é a maneira como eles chamam o espaço que está na rota final dos aviões antes do pouso. Desde então eles ficam de olho nos helicópteros que trafegam pela região da Avenida Paulista, da Avenida 23 de Maio e da Marginal do Pinheiros, por exemplo.

Nota do autor: No início do ano, dediquei-me por quase um mês à elaboração de um caderno especial em comemoração ao aniversário de 455 anos de São Paulo. Entretanto, por causa do número de páginas do suplemento, nem todas as reportagens que produzi foram publicadas. Pretendo colocar algumas delas, inéditas, neste espaço.


Sexta-feira, 19 de junho de 2009

19 de jun. de 2009

PM admite dificuldade para coibir flanelinhas

DONOS DA RUA
Guardadores chegam a demarcar 'suas vagas' com cones ou caixotes

A Polícia Militar sabe bem quais são os pontos de atuação mais corriqueira dos flanelinhas. "Eles agem próximo a universidades, ruas comerciais, locais de eventos e parques", afirma o porta-voz da corporação, capitão Emerson Macera. Coibi-los, porém, não é fácil. Macera explica que atender o veículo não é crime. "O que combatemos é a extorsão (de dinheiro), quando o flanelinha exige pagamento antecipado, por exemplo."

E há dificuldades. "Se não prendemos em flagrante, fica quase impossível agir. Muitas vezes, quem denuncia não se dispõe a aguardar até que uma viatura acompanhe o caso. Geralmente, as pessoas estão indo a algum evento e não querem esperar." Macera frisa que, embora não tenha estatística sobre o assunto, semanalmente dezenas de flanelinhas são conduzidos às delegacias de polícia, acusados de danos a veículos, ameaças, furtos, roubos e achaque.

Os flanelinhas da Praça Charles Miller, no Pacaembu, também lucram vendendo cartões de Zona Azul - mesmo havendo ali uma banca de jornal credenciada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para comercializar talões e um posto de Zona Azul. "Eu só estou tentando tirar uma 'graninha' honestamente", diz o flanelinha Juliano. Ele compra cada cartão na banca por R$ 1,80 e, "dependendo do movimento", chega a vender por até R$ 10.

Os flanelinhas realizam ainda um serviço extra para evitar que alguns "clientes" sejam multados por não utilizar o cartão. Ficam com as chaves dos carros e colocam um cartão no vidro somente quando um fiscal se aproxima. A CET informou que comercializar os cartões sem ser credenciado e desrespeitando o preço oficial é ilegal. "Eles (os agentes) não podem abordar o vendedor (irregular), porque não têm poder de polícia", explicou, por meio da Assessoria de Imprensa. "Os agentes são orientados a comunicar a Central de Operações." Em nenhum momento, ao longo das duas horas em que a reportagem do Estado esteve no Pacaembu, na noite de terça, Juliano foi abordado por PMs.

Muitos universitários são clientes cativos dos flanelinhas. Carmen Lazzari, de 22 anos, que cursa Publicidade na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), chegou a pagar R$ 60 por mês para um deles. Depois que teve o veículo arrombado, em 2007, decidiu parar o carro na Praça Charles Miller. "Ali também tem flanelinha, mas é mais movimentado e sempre vejo policiais", diz. No único dia desde então que precisou estacionar mais perto da faculdade, um flanelinha cobrou R$ 10 para cuidar do carro. "Quando afirmei que não tinha dinheiro, ele disse que me acompanhava até o banco. Recusei e depois recebi a 'conta'", relata, mostrando o carro riscado.

Na região da Pontifícia Universidade Católica (PUC), a situação é parecida. Com vagas bloqueadas por cones ou caixotes, ninguém consegue estacionar se não pagar aos flanelinhas mensalidades que variam de R$ 35 a R$ 80, ou diárias a partir de R$ 2. "Não tem nada mais frustrante do que pagar por isso, porque sei que é errado", diz o estudante de Direito Felipe Fleury, de 21 anos. "Mas, se você parar para discutir, vai voltar e encontrar o carro todo riscado. O pior é que sempre tem polícia por ali e ninguém faz nada." Estacionamentos da região cobram mensalidades de, em média, R$ 130.

em parceria com Renato Machado.


Domingo, 3 de maio de 2009

18 de jun. de 2009

MPE recebe em média 20 denúncias por mês

DONOS DA RUA
Projeto em tramitação na Câmara pretende tornar crime a atividade

Aliada à maior consciência de cidadania, a irritação do paulistano com os flanelinhas tem desembocado no Ministério Público Estadual (MPE). Até o fim de 2007, o órgão não recebia denúncias envolvendo os guardadores de carros. Desde o início do ano passado, no entanto, o MPE tem trabalhado com uma média de 20 casos por mês. "Se compararmos ao que vemos nas ruas da cidade, acredito que ainda é um volume bem pequeno", diz o promotor Nilberto Bulguerioni. "Nós fizemos um esforço para enquadrá-los por ?vadiagem?. Mas, como há uma lei de 1975 que regulamenta a profissão de guardador de carros, precisamos buscar uma alternativa."

O MPE tem caracterizado os flanelinhas então como "exercício ilegal da profissão". Nenhum inquérito foi aberto e os casos viram "termos circunstanciados". As penas variam de reclusão de 15 dias a 3 meses ou multa - geralmente revertidos em prestação de serviços à comunidade. Quando comprovado o pedido de dinheiro acompanhado de ameaças, os flanelinhas podem responder pelo crime de extorsão de dinheiro, cuja pena varia de 4 a 10 anos de prisão. Como praticamente não há denúncias desse tipo, nenhum inquérito foi aberto. "Há muito tempo os motoristas têm bronca dos flanelinhas", lembra o promotor.

LEGISLAÇÃO
Um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados pretende tornar crime a atividade dos flanelinhas. O autor, deputado federal Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), quer adicionar um artigo ao Código Penal, tratando da ação dos guardadores. Atualmente não há uma legislação específica e os infratores que ameaçam donos dos veículos respondem por extorsão de dinheiro. "Trata-se de um crime muito amplo, que não representa bem a atuação dos flanelinhas. A pena é pesada, de até 10 anos (de prisão), por isso proponho um artigo específico para o caso", explica Biscaia.

O texto proposto define como crime "solicitar ou exigir, para si ou para terceiro, a qualquer título, dinheiro ou qualquer vantagem, sem autorização legal ou regulamentar, a pretexto de explorar a permissão de estacionamento de veículo alheio em via pública", com pena prevista de 1 a 3 anos de prisão. "O que vemos hoje é um absurdo", afirma o deputado. "Tornamo-nos reféns." O projeto tramita na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Segundo Biscaia, o relator João Campos (PSDB-GO) já sinalizou que dará parecer favorável à proposta.

em parceria com Renato Machado.



Domingo, 3 de Maio de 2009

17 de jun. de 2009

''Valet autônomo'' fatura até R$ 4.500

DONOS DA RUA

Eles não querem mais ser flanelinhas. Preferem "manobristas de rua" ou "valets autônomos". "Já me chamaram de ?flanelinha camarada?", afirma Reginaldo Pereira, de 31 anos, há 7 no ramo. "Mas (o termo) flanelinha pega mal porque está muito queimado, né?" As novas denominações são consequência de uma diversificação da atividade. Além de brigarem por uma gorjeta em troca da ajuda não solicitada na baliza, eles agora oferecem serviço informal de valet e vendem ilegalmente cartões de Zona Azul. Com isso, os ganhos passaram de trocados para até R$ 4.500 por mês.

Quem trabalha nas redondezas da Alameda Gabriel Monteiro da Silva e do Shopping Eldorado, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, já sabe que é praticamente impossível estacionar sem ter um contrato verbal, sem papel mesmo, com um dos flanelinhas da região. Reginaldo e seu pai, José Pereira, afirmam cuidar de cerca de 30 carros por mês, fixos.

O cliente deixa a chave com eles, que manobram e entregam o carro na porta do escritório. "Não tem erro, não. Nunca aconteceu nenhum problema. Tenho uma relação de confiança com as pessoas", diz Reginaldo. "Nosso trabalho é organizar a rua para sempre ter vaga." Para parar ali por um dia, eles cobram R$ 5. Por mês, são R$ 60. "Mas a gente negocia, já chegamos a cobrar até R$ 80."

Uma funcionária de um banco afirmou, porém, que ninguém consegue vaga se não entrar no esquema. "Eles estacionam os carros dos ?clientes? com distância maior, de modo a ocupar mais espaço na rua. Quando surge outro carro, apertam um pouco mais", reclama.

Não são os únicos. O Estado tentou negociar uma vaga com outra dupla. Valdir e José - que não revelaram sobrenome - disseram que é "só chegar" que eles conseguem vaga. Diante da desconfiança do repórter quanto à "qualidade do serviço", eles argumentaram que têm clientela de 50 carros. O preço? Mensalidade de R$ 90. Com multiplicação simples, conclui-se que faturam quase dez salários mínimos. "A rua é pública, e eles não têm esse direito", afirma o porta-voz da Polícia Militar, capitão Emerson Macera.

em parceria com Renato Machado.


Domingo, 3 de Maio de 2009

16 de jun. de 2009

Seu endereço é um ponto de ônibus

A incrível história de uma ex-professora que vive na rua

Durante 15 anos ela morou na pequena Polignano a Mare, paesino no sul da Itália cujo cidadão mais ilustre foi o cantor Domenico Modugno (1928-1994) – famoso pela música Nel blu dipinto di blu, popularmente conhecida como Volare. Desde o ano passado, a professora aposentada Daisy Seagliusi vive com a filha e duas cadelas em um ponto de ônibus. Pelo plano de metas de Kassab, 46% desses abrigos devem ser substituídos.

Nascida em Bauru e criada em São Paulo, ela cursou magistério – “Naquela época, ser professora era a coisa mais linda!”, suspira – e parte de uma faculdade de Filosofia. Trabalhava como professora de ensino primário e era bancária, quando se apaixonou por um comerciante italiano radicado na capital paulista. Casaram-se. “Já fui ‘rica’”, se recorda, com um sincero sorriso. “Tinha uma bela casa na Rua São João Clímaco (no Sacomã).”

O apogeu e a queda de sua fábula particular começou em 1986, quando o marido contraiu um câncer e decidiu que queria voltar para a Itália a fim de, como acreditava, cumprir o ciclo de morrer onde nasceu. “Não aguentaria ficar longe dele, então vendemos tudo e fomos”, conta. E arrisca algumas parole no idioma de Dante Alighieri para provar ao repórter que, sim, ainda se lembra como se parla.

Cinco anos depois, o câncer a deixou viúva. Seguiu vivendo na cidadezinha. “Trabalhava como doméstica na casa de uma condessa”, diz. “A bambina me tratava muito bem.” Não se casou novamente. Vivia apenas com a filha, Carla, hoje com 32 anos. Foi ela, aliás, quem precipitou a volta a São Paulo.

Essa parte da história é contada de um jeito especial por Daisy. Ela repete, incansável, que mãe é mãe – e filha sempre merecerá o perdão. O fato é: Carla engravidou de um namorado italiano. “Então decidi que o melhor era virmos embora, para não passar vergonha lá na Itália”, se justifica, cheia de valores pessoais. Por aqui, uma tragédia após a outra. “Sem nada, moramos de aluguel. Na Mooca, em Sapopemba e até em favela”, narra. “Minha filha se envolveu com um ‘vagabundo’ – pode escrever, meu filho, ‘vagabundo’ mesmo – e viemos parar aqui.” Daisy conta que o sujeito as convenceu a deixar o barraco onde moravam, em uma favela em São Mateus, zona leste, e a se mudarem para um cortiço na Mooca. “Mas quando chegamos eu vi que era imóvel invadido, tudo irregular. Peguei minhas coisas e, em nome da dignidade, decidi que não iria viver ali.”

Achou um ponto de ônibus por perto. “Fechou-o” com lona, colocou suas coisas lá dentro e, desde novembro, mora ali com a filha e as duas cadelas. “Só é ruim quando chove, porque vira um mar”, reclama. Com problemas de mobilidade – teve uma infecção na perna e, depois de um tombo, quebrou os joelhos – anda de cadeira de rodas. Diariamente, conta com a caridade de vizinhos que lhe oferecem marmitas e até banhos. Seu maior sonho? “Queria voltar a ter um quartinho para mim. Porque só assim o juiz vai liberar minha netinha, que é linda e tem 7 anos, para voltar a viver com a gente”, deseja. A neta está em um abrigo de menores.


Sábado, 28 de março de 2009

15 de jun. de 2009

Muitos trotes. E até partos por telefone

SEGURANÇA

A soldado Rosane Alves de Lima, de 39 anos, não vai se esquecer do dia em que "fez" um parto por telefone. Foi no começo do ano passado e ela era uma dos cerca de 100 policiais escalados para o turno do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), no Bom Retiro - metade no atendimento do 190, metade no despacho das viaturas. "Um homem ligou desesperado porque sua mulher estava entrando em trabalho de parto e não tinha como chegar até o hospital", conta. "Fui dando as orientações. Fiquei muito emocionada quando ouvi o choro do bebê."

Apesar de essa não ser a função principal do serviço 190, criado em 1981 com o objetivo de receber solicitações das pessoas e enviar policiais para atender às ocorrências, histórias de ajuda por telefone são relativamente comuns. Desde uma informação simples ("Quando acaba o horário de verão?", "Qual o telefone da delegacia mais perto de minha casa?", etc.) até partos e salvamentos. "Há uns três meses tive de orientar os familiares a realizar os primeiros socorros em um adolescente que sofria de convulsão", diz a soldado Elizabeth Victoria Kalinauskas, de 39 anos.

Por dia, o 190 paulistano recebe 35 mil ligações. Apenas 13% geram ocorrências - ou seja, disparam para o local uma das cerca de 1,8 mil viaturas que circulam simultaneamente na capital. Ligações não concluídas representam 31% e pedidos de informações e orientações são 30%. Cerca de 5% são direcionadas aos bombeiros - atualmente, os sistemas são interligados e o telefonema é transferido como se fosse um ramal. E, infelizmente, 21% são trote. Você leu certo. São mais de 7 mil trotes por dia, cerca de 300 por hora. "De acordo com o Código Penal, é crime", afirma o chefe do Setor de Atendimento 190, tenente Cleodato Moisés do Nascimento. "Mas se formos atrás de todos os casos, a polícia vai parar só para fazer isso. Então pegamos apenas os mais abusivos."

Quando alguém liga para o 190, é atendido por um soldado ou cabo - patentes menos graduadas na hierarquia da PM. Cada atendimento leva, em média, até três minutos. Um superior - geralmente um sargento - pode intervir em casos que demorem mais tempo.

O policial atendente cria um documento eletrônico que é encaminhado, on-line, para a sala ao lado, onde fica o setor de despacho. Ali, cada canto representa uma região da cidade - e cuida das viaturas em ação naquela área. Assim os deslocamentos das viaturas são organizados da maneira mais eficiente. "Os policiais que trabalham neste setor são verdadeiros psicólogos", acredita o tenente. "Eles salvam vidas por telefone e não têm noção disso."

Nota do autor: No início do ano, dediquei-me por quase um mês à elaboração de um caderno especial em comemoração ao aniversário de 455 anos de São Paulo. Entretanto, por causa do número de páginas do suplemento, nem todas as reportagens que produzi foram publicadas. Pretendo colocar algumas delas, inéditas, neste espaço.


Terça-feira, 9 de junho de 2009

14 de jun. de 2009

TCM manda investigar Municipal

ADMINISTRAÇÃO
Corregedor instaura processo para apurar compra de instrumentos que está sob suspeita de superfaturamento

O conselheiro corregedor do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, Edson Simões, determinou a instauração de uma sindicância para apurar as supostas irregularidades no processo de licitação ocorrido em 2007 no Teatro Municipal. Conforme o Estado revelou, o pregão - por meio do qual foram adquiridos oito instrumentos musicais no valor total de R$ 226.779 - está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pelo Departamento de Procedimentos Disciplinares (Proced) sob suspeita de superfaturamento e falta de comprovação da origem das peças.

Em memorando enviado à Subsecretaria de Fiscalização e Controle anteontem, Simões pede o "procedimento fiscalizatório na modalidade de inspeção, a fim de verificar a pertinência dos dados constantes na notícia (publicada pelo 'Estado')". Nos próximos 30 dias, uma equipe de auditores designada pelo Tribunal deve analisar documentos da Secretaria Municipal de Cultura referentes à licitação, conferir as investigações do MPE e do Proced, acompanhar o que for publicado na imprensa e pedir esclarecimentos a funcionários envolvidos.

O resultado da apuração, em forma de relatório, será encaminhado ao conselheiro corregedor. Cabe a ele, em caso de irregularidades, pedir providências.

Em nota, a Secretaria de Cultura informou que, após ter iniciado a investigação com a formação de uma Comissão de Apuração Preliminar, agora aguarda a conclusão das investigações em instâncias superiores. "Todas as vezes que o TCM nos solicitou formalmente acesso aos processos de contratação, foi atendido", informou.

O MPE e o Proced apuram irregularidades no pregão, vencido pelo microempresário e músico Leônidas Júnior de Souza Faria, ex-arquivista do Municipal e cuja firma ganhou a licitação na época em que ele ainda trabalhava no local. Também são investigados a funcionária pública Isleyd Pereira Smarzaro, ex-diretora do Teatro Municipal hoje lotada na Secretaria Municipal do Turismo; e o também funcionário público Clésio André de Melo, responsável pela pesquisa de preço dos instrumentos na época da licitação, e hoje funcionário da Secretaria Municipal de Participação e Parceria. Faria ainda fornecera instrumentos para o Municipal em outra licitação, de agosto de 2007, no valor de R$ 46.800.

Como próximos passos da investigação, o Proced deve ouvir outras nove pessoas, entre 30 de março e 7 de abril, incluindo a mãe do ex-arquivista, Regina Célia de Souza Faria, funcionária do setor de informática do Municipal.

em parceria com Vitor Hugo Brandalise.


Quarta-feira, 25 de março de 2009

13 de jun. de 2009

Ex-diretora do Municipal culpa secretaria por licitação

ADMINISTRAÇÃO
Para Calil, houve ‘um conluio’ entre outros 2 suspeitos para viciar processo

A ex-diretora técnica do Teatro Municipal de São Paulo Isleyd Pereira Smarzaro, alvo de investigação do Ministério Público Estadual (MPE) e do Departamento de Procedimentos Disciplinares (Proced) da Prefeitura na compra de instrumentos musicais, acusou a Secretaria Municipal de Cultura de se omitir no caso. “Só assinei os papéis autorizando a compra. Antes disso, o processo passou por uma comissão de licitação, pela área jurídica da Secretaria, e ninguém apontou nada”, alegou, em entrevista ao Estado na tarde de ontem. “Nem tenho parâmetros para avaliar valores de instrumentos musicais. Para mim, como dirigente, foi uma licitação normal, como tantas outras da minha gestão.”

Conforme o Estado revelou ontem, a licitação – ocorrida em 13 de novembro de 2007 para a compra de oito instrumentos para o Municipal no valor total de R$ 226.779 – está sob investigação do Proced e do MPE, cujos relatórios apontam sobrepreço total de duas vezes e meia o valor de mercado. Além de Isleyd, são suspeitos o microempresário e músico Leônidas Júnior de Souza Faria, ex-arquivista do Municipal e cuja firma ganhou a licitação; e o funcionário público Clésio André de Melo. Há ainda dúvida quanto a origem dos instrumentos, uma vez que Faria não apresentou notas fiscais que comprovem a legalidade da importação.

A ex-diretora – ficou no cargo entre abril de 2007 e fevereiro de 2008 – negou ter conhecimento de que um funcionário do Municipal era proprietário da empresa vencedora da licitação. “São muitos funcionários, pilhas de papéis em cima da mesa. Não há tempo para analisar tudo.” Em agosto de 2007, Faria também forneceu instrumentos ao Municipal, no valor total de R$ 48.600.

O secretário de Cultura, Carlos Augusto Calil, afirmou ao Estado que acredita em “conluio entre os dois (Faria e Melo) para viciar o processo de licitação” e eximiu a ex-diretora de culpa. “Talvez eles (o MPE e o Proced) tenham elementos que eu não tenho. Pessoalmente, não acredito no envolvimento dela”, disse. O processo corre em paralelo no MPE e no Proced. Entre 30 de março e 7 de abril, o órgão municipal ouvirá outras nove pessoas – incluindo a mãe do ex-arquivista, Regina Célia de Souza Faria, funcionária do setor de informática do Municipal.

em parceria com Vitor Hugo Brandalise.


Terça-feira, 24 de março de 2009

12 de jun. de 2009

Chuva antecipa volta do feriado

LITORAL
Dos 420 mil carros que foram para a Baixada Santista desde o dia 19, apenas 29% não tinham voltado até ontem

O tempo ruim fez o paulistano adiantar a volta do feriado prolongado. Dos 420 mil carros que desceram para a Baixada Santista desde o dia 19, 122 mil (29%) permaneciam lá até as 19 horas de ontem, segundo balanço divulgado pela concessionária Ecovias - nesta sexta, subiram 81 mil automóveis e a fila na balsa do Guarujá era de 1 hora. Dos 200 mil veículos que passaram pela Rodovia dos Tamoios (SP 99) no réveillon, pelo menos 105 mil haviam subido até o fim da tarde de ontem. Pela Rodovia Oswaldo Cruz, seguiram para Ubatuba 65 mil carros e 35 mil já retornaram pela estrada nesta sexta-feira. Vale lembrar que muitas pessoas não retornarão ainda para a capital, ficando no litoral, em férias.

A partir da noite de hoje a Ecovias, volta a preparar o Sistema Anchieta-Imigrantes para os veículos que retornam à Serra do Mar. A Operação Subida deixará as duas pistas da Via Anchieta destinada aos carros que descem para o litoral e as duas pistas da Imigrantes funcionando apenas para a subida. A NovaDutra, concessionária que administra a Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio, prevê congestionamentos entre 16 e 20 horas de amanhã. Por isso, todas as obras na pista foram paralisadas. A previsão é de que mais de 6 mil veículos por hora passem pela via com direção a São Paulo.

A Polícia Rodoviária Federal também recomenda o retorno antecipado, uma vez que há previsão de chuva e tempo ruim em vários Estados. A maior parte das viagens de Natal e ano-novo, segundo a corporação, é de média ou curta duração e geralmente leva em torno de 7 horas. Com isso, a expectativa é de que os veículos comecem a trafegar mais intensamente pelas estradas entre o meio-dia e as 13 horas de domingo e cheguem ao destino à noite.

Outro complicador é o tempo: uma nova onda frontal - sistema semelhante a uma frente fria - deve se formar no leste do litoral de São Paulo, sobre o Atlântico, e vai causar pancadas de chuva e queda nas temperaturas nos próximos dias. "As máximas caem cerca de 4°C e as mínimas permanecem estáveis", informou o meteorologista do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe), Carlos Moura.

SEM SOL
A corrida de volta para casa, no litoral norte, começou na tarde de ontem. A promessa de um começo de ano ensolarado durou pouco. "E aí decidimos voltar para casa antes", afirmou o empresário paulista Wellington Bega. O retorno, esperado a partir de hoje, foi antecipado, e as estradas da região ficaram lotadas. "A descida foi complicada, mas a subida foi pior ainda, principalmente na saída de Caraguatatuba", reclamou o comerciante Pablo Furii. Além de um cordão de carros na serra, os motoristas também enfrentaram muita neblina.

No Guarujá, muitos enfrentaram a chuva para ir à praia, mas já preparam as malas para o retorno à capital. A professora aposentada Regina Célia Nogueira Magri, de 59 anos, foi convencida pelo marido de que a melhor opção é retornar hoje. Ela mora no bairro do Sumarezinho, na zona oeste de São Paulo e frequenta o Guarujá desde os 20 anos. Nessas quatro décadas, afirma que já pegou dezenas de congestionamentos no percurso. "Mas no dia 30 foi ótimo, não pegamos trânsito. Saí de São Paulo às 15h30 e chegamos em duas horas. O trânsito foi só na entrada do Guarujá."

Morador do Butantã, também na zona oeste, o gerente de informática Sandro Reis, de 46 anos, também decidiu voltar no sábado. "Vamos à noitinha, para fugir no trânsito do domingo", disse Reis, que tem um apartamento nas Astúrias.

Já o restaurador mecânico Pedro José de Souza Neto, de 28 anos, não abre mão de curtir o feriadão na praia até o fim e voltará para Casa Branca, no interior de São Paulo, apenas amanhã à tarde. "O trânsito dá mais medo que o bicho-papão, mas vamos arriscar", disse Neto, que na viagem de ida, no dia 30, demorou dez horas para percorrer 380 km, distância que normalmente faz em 4 horas.

em parceria com Lais Cattassini, Rejane Lima e Simone Menocchi.


Sábado, 3 de janeiro de 2009

11 de jun. de 2009

Cerimônia de posse começa às 15h

ADMINISTRAÇÃO

O primeiro compromisso oficial do novo mandato do prefeito reeleito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), é sua própria posse. A cerimônia começa às 15 horas, na Câmara Municipal, em sessão que será presidida pelo vereador mais antigo, Wadih Mutran (PP). Primeiro serão empossados os 55 vereadores - 17 novos e 38 reeleitos. Em seguida, tomam posse o prefeito e a vice, Alda Marco Antônio (PMDB). Só então, os dois vão para o Edifício Matarazzo, sede da Prefeitura. O Viaduto do Chá estará interditado desde o meio-dia.

Ali, a cerimônia está marcada para às 16h30. O prefeito vai fazer um discurso em um palco montado no saguão principal, com capacidade para 800 pessoas. São esperados 1,5 mil convidados e telões transmitirão a cerimônia na parte interna e externa do edifício, onde a população ficará.

No lado de fora, serão instalados banheiros químicos. E duas ambulâncias ficarão de prontidão, caso alguém precise de atendimento de emergência.


Quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

10 de jun. de 2009

Município retoma galeria cedida ao Masp no centro

ADMINISTRAÇÃO

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), revogou o decreto que há oito anos concedia a permissão de uso da Galeria Prestes Maia, no centro, ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). A decisão foi publicada na edição do dia 25 do Diário Oficial da Cidade. Em agosto, o Estado antecipou que a Prefeitura pretendia retomar a área. A medida atenderia a um desejo antigo da Secretaria Municipal de Cultura, que desde 2005 cobiça o espaço para expor parte das obras instaladas no Centro Cultural São Paulo.

Em nota, a secretaria afirma que em janeiro vai analisar o local e verificar quais melhorias deverão ser feitas antes que o lugar possa receber os quadros. "A Prefeitura avalia que a importância desse retorno decorre de duas razões: a primeira é dar destinação pública a um espaço que ficou fechado por tantos anos e a segunda é a possibilidade de proporcionar uma exposição permanente das obras que compõem a Coleção de Arte da Cidade."

"A decisão é unilateral e pegou a todos de surpresa", disse o Masp, em nota. O texto ainda frisa que o museu "vinha cumprindo regularmente o acordo feito com a Prefeitura" e a reforma do espaço "só não foi concluída ainda em razão de vazamento do Viaduto do Chá, que não pode ser corrigido por dentro da galeria".

De acordo com a instituição, as obras já realizadas ali incluem a troca de todo o sistema hidráulico e elétrico, reforma do piso e instalação de elevador e equipamento de ar-condicionado, totalizando R$ 3 milhões.

em parceria com Renato Machado.


Quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

9 de jun. de 2009

Chácara Lane será restaurada

PATRIMÔNIO
Obra custa R$ 1,2 mi e antecipa para março a entrega de parte da Biblioteca Mário de Andrade

Segunda maior biblioteca do País - seu acervo, de 3,3 milhões de itens documentais, só perde em quantidade para a Nacional do Rio de Janeiro -, a Mário de Andrade se prepara para reabrir as portas, após reforma iniciada em setembro de 2007. Uma de suas alas, com obras em estado avançado, começará a funcionar em março. O restante, no segundo semestre.

Esse espaço que antecipa a reabertura da biblioteca vai abrigar o acervo circulante da instituição, que até o dia 5 de dezembro fica no casarão da Chácara Lane, na Rua da Consolação. São 40 mil livros, que podem ser emprestados aos freqüentadores. A biblioteca circulante foi criada em 1944, com 2,5 mil volumes - todos duplicatas de obras do acervo principal, cujo acesso é restrito e somente para consulta.

Em 1974, a coleção saiu do prédio-sede e ocupou um espaço na Praça Roosevelt. De lá foi transferida para a Galeria Prestes Maia, voltou à Praça Roosevelt e, em 1993, mudou-se para um prédio na Rua Frei Caneca. Desde 1995, a biblioteca, freqüentada por 1,5 mil pessoas por mês, funciona na Chácara.

SÉCULO 19
O imóvel, construído entre os anos 1890 e 1906 e tombado pelo Conpresp, passará por restauração. "Iremos modernizar as instalações elétricas e hidráulicas, deixar o prédio com condições de acessibilidade e recuperar trincas de revestimento", enumera a arquiteta Lara Melo Souza, uma das responsáveis pelo trabalho. Após os nove meses de obras, orçadas em R$ 1,2 milhão, deverá ser a nova sede do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH).

Durante o levantamento realizado no prédio, surpresas foram descobertas. Em alguns cômodos, há desenhos murais que estavam escondidos sob a pintura. "A idéia é restaurarmos o máximo possível", diz a arquiteta. Também foram identificadas todas as camadas de tinta já utilizadas na casa - há cômodos que tiveram 11 tonalidades diferentes ao longo dos tempos.

Um prédio anexo, no mesmo terreno, será demolido e dará lugar a um jardim. "O casarão histórico não vai mais ficar escondido", explica Lara. "Poderá ser visto da rua." Pelo projeto, será colocado um gradil - baixo, para não atrapalhar a observação da casa - e uma barreira de vidro para atenuar a poluição sonora.

MÁRIO DE ANDRADE
As estantes metálicas que abrigarão o acervo da biblioteca circulante já estão praticamente prontas, à espera dos livros. "Contratamos uma empresa especializada em transporte de obras de arte e livros para trazer tudo com o máximo de cuidado possível", conta a bibliotecária Rita D'Angelo, diretora da Divisão de Acervo da instituição. Chegando ao local, os exemplares serão higienizados e reorganizados. E o acervo circulante deve crescer de 40 mil para 60 mil exemplares. Por isso a abertura está prevista somente para março.

Mas o restante da Mário de Andrade só deverá ficar pronto no segundo semestre do próximo ano. A obra, que custou R$ 15,8 milhões, é a maior já feita no prédio, inaugurado em 1942. Estão sendo recuperados a fachada, os caixilhos e as estantes, entre outros pontos. O sistema elétrico também passa por modernização. "Os vidros das janelas receberam um tratamento para filtrarem luz e calor, contribuindo para a preservação do acervo", revela a arquiteta Rafaela Bernardes, responsável pela obra.

A diretora-geral da Mário de Andrade, Branca Lopez Ruiz, aproveitou a movimentação para fazer a desinfestação de pragas nos 200 mil livros que formam a coleção da biblioteca. A partir de dezembro, eles passarão por um processo para eliminar as brocas e outros insetos que estragam papel. Os volumes serão divididos em três lotes. A "limpeza" de cada um leva de 40 a 60 dias. "É a maior desinfestação já feita em livros no País", conta ela. O serviço custará R$ 700 mil e será feito por uma empresa terceirizada.


Quinta-Feira, 27 de novembro de 2008

8 de jun. de 2009

Excesso leva a dor, estresse, insônia e até mesmo surdez

MAPA DO BARULHO

Não é só incômodo. Suportar altos níveis de barulho faz mal à saúde, advertem especialistas. “O ruído excessivo lesa as células ciliadas do ouvido, que são responsáveis por mandar o estímulo sonoro para o cérebro”, explica o otorrinolaringologista Ektor Onishi, coordenador da Campanha Nacional da Saúde Auditiva, promovida pela Sociedade Brasileira de Otologia.

De acordo com o médico, cada ser humano nasce com 30 mil dessas células. “A audição é extremamente sensível”, lembra. “Não existe um tratamento que reponha as células que a gente perde com o barulho.” Elas começam a ser danificadas a partir de 85 decibéis. A perda da audição depende da intensidade do ruído, do tempo de exposição e da sensibilidade individual. Outros problemas de saúde também podem ser causados pelo barulho. “Há quem sinta dores de cabeça crônica, dores de estômago, insônia, dificuldade de concentração e até sofra aumento da pressão arterial”, diz Onishi.

Além, é claro, do que ocorre no sistema nervoso.“Há vários estudos que mostram que pessoas expostas a ruídos excessivos vivem um estado de irritabilidade maior”, afirma a psicóloga Marilda Novaes Lipp, diretora da Associação Brasileira de Stress. “Mas seria utópico parar o barulho da cidade. Então é preciso arranjar uma maneira de lidar com esse fator de stress.”

A dica da psicóloga é tentar “esquecer” da situação, de forma a conseguir desviar o foco. “No carro, por exemplo, sugiro que a pessoa ouça música”, recomenda.“Atenua o ruído desagradável do trânsito e faz o motorista não prestar atenção no barulho.”

O médico também tem suas sugestões. “Se você está no carro, feche os vidros, que já diminui bastante o incômodo”, orienta. Para os adeptos de baladas noturnas, o médico recomenda intervalos regulares para “o ouvido se recompor”. “Em shows e danceterias, o ideal é que a cada 30 ou 40 minutos a pessoa se ausente do ambiente por 10 minutos”, afirma. Se o problema maior for no trabalho, ele é taxativo:use protetores auriculares. “Por isso que os marronzinhos da CET são obrigados a utilizá-los”, afirma.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as pessoas não se exponham a mais de 55 decibéis.

em parceria com Renato Machado.


Domingo, 16 de Novembro de 2008

7 de jun. de 2009

Nem hospitais escapam do incômodo

MAPA DO BARULHO
Trânsito é o grande vilão: ruído na Avenida Doutor Arnaldo, onde estão centros médicos, chega a 77 decibéis

Durante o dia, buzinas e roncos de motores fazem uma barulheira que só aumenta o incômodo de quem já precisa conviver com os irritantes congestionamentos. Essa algazarra mecânica não perdoa nem as proximidades dos hospitais. A pedido do Estado, o arquiteto Eliseu Genari, pesquisador de acústica da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, realizou medições em 15 pontos da cidade para verificar se o nível de ruídos estaria de acordo com o indicado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Na tarde de segunda-feira, foi medido o nível de ruído na Avenida Doutor Arnaldo, onde estão o Hospital das Clínicas, o Instituto do Câncer e o Instituto Emílio Ribas. Os dados ficaram em níveis superlativos: 77 decibéis, quando o máximo recomendado pela ABNT para o horário é 50 decibéis – numa escala logarítmica, isso significa que o som estava 501 vezes mais alto. Na Avenida Rebouças, próximo do Instituto do Coração (Incor), os ruídos atingem 74 decibéis. Nos dois locais, o trânsito causa os altos índices.

“O maior causador de ruído na cidade é o tráfego”, observa o arquiteto Cesar Bergstrom, diretor de Urbanismo do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia (Sinaenco). Para ele, o melhor meio de atenuar o problema consiste em promover uma intensa arborização. “Árvores absorvem o som”, explica.

O trânsito também responde pelos altos índices em três outros locais medidos: no cruzamento da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, na Marginal do Tietê e no Elevado Costa e Silva, o Minhocão. Os dois primeiros foram analisados no pico da tarde – 17h30. Eles apresentaram, respectivamente, 81 e 83 decibéis. No Minhocão, onde há apartamentos perto do nível do elevado, foram registrados 82 decibéis às 20 horas – nível de ruído diretamente sentido por quem reside ali.

Tormento dos moradores da região, o Aeroporto de Congonhas continua sendo o ponto de maior intensidade de barulho em São Paulo. Quando um avião pousa ou decola, a intensidade de barulho medida nas redondezas chega próximo dos 100 decibéis. “Por aqui muitos têm problemas de audição”, comenta a presidente da Associação dos Moradores e Amigos de Moema, Lygia Horta. Graças ao embate com quem vive na região, vôos em Congonhas só são permitidos das 6 às 23 horas. Mas há exceções. “Têm ocorrido muitos de madrugada ultimamente”, diz Lygia. De acordo com a Assessoria de Imprensa do aeroporto, são permitidos vôos de emergência – geralmente de aviões-UTI ou com órgãos para transplante – e aeronaves militares. Em outubro, ocorreram nove pousos ou decolagens durante a madrugada.

Morador da Vila Madalena desde 1945, o contador aposentado Durval Barros Nascimento viu – e ouviu – bem a evolução do bairro, que se transformou em point boêmio. “Nos anos 90, cheguei a organizar um abaixo-assinado com mais de 5 mil nomes, para que a Prefeitura tomasse alguma atitude”, conta. “Com o tempo, admito que me acomodei.” Quando foi medido o ruído da região, na Rua Aspicuelta, entre dois bares com música ao vivo, na noite de quarta, a média foi de 79 decibéis.

GUERRA HISTÓRICA
A guerra travada entre os paulistanos e o barulho é histórica. O que mudou foi o perfil dos vilões. Em 16 de janeiro de 1879, este jornal, ainda sob o nome de A Província de São Paulo, publicou uma nota registrando o grande número de reclamações “contra a trombeta que usam os bondes que partem de madrugada”. O aviso sonoro utilizado para comunicar os passageiros incomodava. “Quem precisa de trombeta (dizem eles) que mande-a tocar por um criado dentro de seu quarto de dormir”, completava o texto.

Publicada em 13 de janeiro de 1919, uma crônica intitulada “A Capital do Barulho” reclamava do repicar dos sinos das igrejas do centro – às 6 horas da manhã! –, dos bondes da Light, das buzinas dos automóveis e de cornetas que, pelas ruas, já anunciavam o carnaval.

Em outubro de 1960, a Prefeitura lançou uma campanha de combate ao barulho, uma série de debates para discutir o problema que já incomodava. Desde aquela época, o tema se mantém em pauta. “A população de São Paulo luta de forma aguerrida contra os ruídos”, afirma o arquiteto João Gualberto Baring, professor de acústica da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e coordenador da Comissão de Estudos de Desempenho Acústico de Edificações da ABNT. O Psiu foi implementado em dezembro de 1994.


LIMITES PELA ABNT

Em áreas estritamente residenciais ou com hospitais e escolas: 50 decibéis de dia e 45 à noite

Em área predominantemente residencial: 55 decibéis durante o dia e 50 à noite

Em área mista, com comércio: 60 decibéis de dia e 55 à noite

Em área mista, com vocação recreacional: 65 decibéis durante o dia e 55 à noite

Em área predominantemente industrial: 70 decibéis durante o dia e 60 à noite

em parceria com Renato Machado.


Domingo, 16 de Novembro de 2008

6 de jun. de 2009

Na Oscar Freire, mil vezes mais ruído que o ideal

MAPA DO BARULHO
Com média de 80 decibéis à noite, obra de estação da Linha Amarela do Metrô inferniza vida de vizinhos

Eram exatamente 23h40 quando a agente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) sinalizou positivamente e a primeira das três carretas Scania modelo E 142 começou a manobrar na Rua Oscar Freire. Para levar a carga para dentro da obra de expansão da Linha Amarela do Metrô, o veículo de pelo menos 20 metros de comprimento segue para frente e para trás algumas vezes, num período em que a rua fica bloqueada e o barulho faz luzes acenderem nos apartamentos ao redor. O mesmo processo precisa ser repetido pelas outras duas carretas.

A cena, flagrada pela reportagem do Estado na noite de quarta-feira, contribuiu para aumentar o barulho na região, que já é afetada pelas máquinas que operam dentro do canteiro de obras e pelos gritos dos trabalhadores. A medição dos ruídos naquele momento e o cálculo feito pelo arquiteto Eliseu Genari, pesquisador da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, apontou uma média de 80 decibéis, quando o indicado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é 50.

Embora, aos leigos, isso pareça “apenas” 30 pontos de diferença, a realidade é outra. A intensidade de ruídos é medida em decibéis, uma escala logarítmica. Isso significa que um som 10 vezes mais forte do que 0 decibel mede 10 decibéis; 20 decibéis seria um som cem vezes mais forte do que 0 decibel; 30 decibéis, um som mil vezes mais forte do que 0 decibel; e assim por diante. Por isso, a obra do metrô – com 80 decibéis – faz mil vezes mais ruído do que o aceitável para a região.

Muito barulho causa reclamações dos moradores. Pelo tanto de caminhões que a estudante Nadine Tani, de 21 anos, vê parado na entrada da obra, ela tem uma idéia do incômodo que enfrentará pela madrugada. “Quando vêm aquelas carretas carregadas de blocos de concreto é o pior, porque até para empilhar lá dentro é um barulho insuportável”, diz ela, que mora praticamente na frente do portão da obra. Por causa dos ruídos, a estudante mantém as janelas sempre fechadas, mas mesmo assim tem dificuldades para dormir. Sua mãe, que a visita duas vezes por semana porque cursa uma pós-graduação na capital, precisa tomar remédios para não ter o sono atrapalhado pela obra.

Em nota, o Consórcio Via Amarela, responsável pela construção, afirmou que “adota uma série de medidas e providências em relação a ruídos e os funcionários são treinados para minimizar, ao máximo, os impactos sonoros”. O consórcio também alega que trocou os geradores de energia por outros mais silenciosos e instalou abafadores de ruído nas saídas dos dutos dos
ventiladores.

SERVIÇOS PÚBLICOS
Concessionárias de serviços também têm tirado o sono dos paulistanos. Só a Comgás faz cerca de cem obras simultâneas na cidade. A medição feita pelo Estado, à 0h30 de quinta-feira, registrou média de 84 decibéis em obra na Rua do Arouche, centro. Britadeiras faziam um coro desagradável, que ecoava a centenas de metros dali e podia ser ouvido em todos os cantos da Praça da República.

A companhia alega não ter culpa por trocar a noite pelo dia. “Quem determina o horário é a CET”, afirma Ana Claudia Castro, gerente de Licenças e Autorizações da Comgás. Nas prioridades, a fluidez do trânsito parece vir antes do sono do paulistano.

A companhia não soube precisar o número de reclamações que tem recebido por causa da barulheira pela cidade, mas admite que elas ocorrem com freqüência. “Nesses casos, tentamos explicar às pessoas a necessidade da obra”, diz Antonio Henrique Gross, superintendente de Assuntos Institucionais da Comgás. “Normalmente, elas entendem.”

Gross frisa que a companhia tem investido para que os equipamentos emitam o mínimo ruído possível. “Temos consciência do incômodo que causamos à população”, afirma. Ele diz que os funcionários são orientados a melhorar o processo, concentrando os trabalhos mais barulhentos no mesmo espaço de tempo, para causar um desconforto menor aos moradores das redondezas.

Casal investe em janela anti-ruído

A publicitária Silvia Mekaru e seu marido, o empresário Robert Restad, já fizeram de tudo para tentar resolver o problema do barulho. O apartamento deles fica logo ao lado da obra de expansão da Linha Amarela do Metrô – eles avistam o guindaste de todos os quartos. Quando reclamaram na ouvidoria da companhia, receberam como resposta que os ruídos estavam dentro da lei. “Ou a regra é muito flexível ou eles não a cumprem”, diz Silvia. Sem outras opções, o casal vai investir na compra de janelas anti-ruído – R$ 3,5 mil por quarto.

em parceria com Renato Machado.


Domingo, 16 de Novembro de 2008

5 de jun. de 2009

"Queremos estimular a leitura por prazer"

ENTREVISTA

Ontem a Estação Brás da Companhia Paulista de Trens Metropolitanas (CPTM) ganhou uma biblioteca. É a sexta unidade paulistana do projeto Embarque na Leitura, que começou em 2004 no Metrô Paraíso e depois se espalhou pelas estações Tatuapé, Luz, Largo Treze e Santa Cecília. Principal idealizador do projeto, o diretor do Instituto Brasil Leitor, William Nacked, conversou com o Estadão:

A biblioteca da CPTM é igual às do Metrô?
Sim, é o mesmo projeto. A CPTM já chorava há muito tempo que também queria a sua biblioteca. Eles tinham ciúmes do Metrô. E hoje (ontem) inauguramos a primeira biblioteca brasileira em uma estação de trem.

E por que escolheram a Estação Brás?
Pelo mesmo motivo que, há cinco anos, escolhemos a Paraíso para começar o Embarque na Leitura. Porque é um entroncamento, por onde circulam mais de 450 mil pessoas por dia. E também porque ali há um espaço físico muito bom para a instalação do acervo.

Há planos para expandir para outras estações da CPTM?
Eu não tinha planos. Mas pelo sucesso de hoje (ontem) já fui intimado a fazer em outras. No segundo semestre devemos estar nas estações Itaim Paulista e Osasco.

Além dessas bibliotecas, onde mais o Instituto Brasil Leitor atua?
Nós temos um conceito de biblioteca. Criamos, instalamos e gerimos acervos seguindo esse modelo. Hoje somos em 211 funcionários em todo o Brasil. Em metrôs, temos cinco em São Paulo, duas no Rio, uma no Recife e uma em Porto Alegre. Em julho devemos inaugurar uma em Belo Horizonte.
Em São Paulo, tínhamos como meta chegar a dez unidades em toda a malha metroviária. Como há expansão das linhas, devemos aumentar também.
Mantemos ainda bibliotecas em comunidades e empresas. E há o Projeto Leitura na Primeira Infância, que já está em 44 creches e deve atingir 300 até o ano que vem. O raciocínio é simples: para que o brasileiro vire leitor mais rapidamente, precisamos invadir as creches. Queremos estimular a leitura por prazer.

Como é a administração das bibliotecas de metrô?
Todas começam com cerca de 2,2 mil títulos. E aí vamos testando para ver quais são os mais procurados (confira lista abaixo). Bimestralmente há reposições, considerando pedidos de leitores e os livros muito felizes.

Livros muito felizes?
Sim, são os livros mais retirados. Eles se desgastam naturalmente. Então a gente repõe com um novo, para que o leitor leve para casa sempre um em perfeito estado - e se comprometa a devolvê-lo assim. A gente encaminha esses livros gastos - mas em boas condições de leitura -, como doação, a bibliotecas públicas.

Há muita gente que não devolve?
Não. Esse é um dos mitos que enfrentamos quando começamos com o projeto. Todos dizem que “brasileiro não gosta de ler” e que “ninguém vai devolver o livro”. A taxa de não-devolução nas bibliotecas de metrô é de 0,24%.

E a procura é grande?
Nas nove bibliotecas de metrô já foram registrados 443 mil empréstimos. São 42 mil leitores cadastrados. O importante é estarmos em lugares onde o pessoal passa regularmente e tropeça no livro.

Onde mais vocês pensam em instalar as bibliotecas?
Já estamos tratando há um mês com a SP Trans e vamos ter bibliotecas em dois terminais de ônibus de São Paulo.


OS LIVROS MAIS RETIRADOS
(Em São Paulo, por estação)

Largo Treze
1. O caçador de pipas
2. O livreiro de Cabul
3. A distância entre nós

Luz
1. Marley e eu
2. Fronteira da alma
3. A menina que roubava livros

Paraíso
1. Fortaleza digital
2. Marley & eu
3. A menina que roubava livros

Santa Cecília
1. A menina que roubava livros
2. O caçador de pipas
3. A pétala vermelha

Tatuapé
1. Anjos e demônios
2. O monge e o executivo
3. O caçador de pipas

4 de jun. de 2009

Sucesso no metrô, bibliotecas chegam às estações da CPTM

CULTURA
Projeto criado e mantido por ONG já promoveu 443 mil empréstimos de obras em 5 anos

A ideia era que o cidadão tropeçasse nos livros. E, assim, o Brasil se tornasse um pouco mais leitor. Começou, em setembro de 2004, com uma biblioteca de pouco mais de 2 mil títulos na Estação Paraíso do Metrô de São Paulo. O nome do projeto - Embarque na Leitura - soou como um convite, atendido por um bom número de usuários do transporte público. Depois de se espalhar por outras quatro estações da cidade - Tatuapé, Luz, Largo 13 e Santa Cecília -, e também por duas cariocas, uma recifense e uma porto-alegrense, os livros ganharam ontem outro endereço: a Estação Brás da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

"É a primeira biblioteca brasileira em uma estação de trem", afirma o diretor do Instituto Brasil Leitor, William Nacked. A organização social, com 211 funcionários, é a responsável pela criação, instalação e gerência do projeto.

Com acervo inicial de cerca de 2 mil livros de diversos gêneros - literatura, filosofia, religião, artes, história, autoajuda -, a biblioteca deve se aproveitar do grande movimento da estação, por onde circulam, todos os dias, 450 mil pessoas. "É um polo de grande volume", concorda Nacked. Ele conta que ainda não tinha planos de expandir o projeto para outras estações da CPTM. "Mas fui intimado hoje (ontem) mesmo e acertamos que haverá unidades nas Estações Itaim Paulista e Osasco, já no segundo semestre", promete Nacked.

O presidente da CPTM, Sérgio Avelleda, diz acreditar que a "disseminação da cultura" é um compromisso da companhia. "Nossa prioridade, evidentemente, é o transporte. Mas temos espaço para outras políticas públicas", explica. "Faz muito tempo que queríamos agregar à CPTM esse projeto que faz tanto sucesso no Metrô."

Desde que começou, há cinco anos, o Embarque na Leitura atraiu 36 mil leitores cadastrados, com 345 mil empréstimos de livros, só em São Paulo. Considerando as estações de outras capitais brasileiras, são 42 mil leitores e 443 mil empréstimos. E quem acha que muita gente empresta e não devolve está enganado. O índice de não-devolução é de apenas 0,24%.

EXPANSÃO
Nacked revela que já há discussões adiantadas com a São Paulo Transporte (SPTrans) para que, em breve, dois terminais de ônibus da cidade também tenham suas bibliotecas. "Precisamos estar em lugares por onde as pessoas passam regularmente", explica o diretor do projeto. "Só assim elas vão 'tropeçar' nos livros."

Quarta-feira, 3 de junho de 2009

3 de jun. de 2009

Aclimação ganha ecobiblioteca

AMBIENTE
Espaço encravado no parque se torna o oitavo acervo temático de livros de SP, com obras sobre meio ambiente

Com a reinauguração, hoje, da Biblioteca Raul Bopp, no Parque da Aclimação, na zona sul, a Prefeitura antecipa o início das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho. Explica-se: com um novo acervo de mil livros dedicados a questões ecológicas - que se somam aos 36 mil volumes já existentes - a biblioteca se torna a oitava temática de São Paulo. É a "biblioteca do meio ambiente".

A transformação é consequência de um processo que se iniciou em novembro de 2006, com a reforma física da biblioteca. Ao longo de três meses, o espaço foi modificado e integrado ao parque - já que foram demolidos os muros que o cercavam. No ano passado, a segunda etapa: todo o catálogo passou por informatização.

Para a implantação do núcleo temático - terceira e última fase da reestruturação -, a Secretaria Municipal de Cultura investiu R$ 75 mil, entre contratação da curadoria, ambientação e aquisição de acervo. Entre as novidades está uma sala - decorada com frases que remetem à natureza - dotada de uma porta com acesso direto ao parque. O portão principal tem saída para a Rua Muniz de Sousa, 1155. "A princípio, (a porta para o parque) ficará aberta somente durante atividades especiais", diz a coordenadora da biblioteca, Tania Aloia Robbi.

A coordenadora cogita, entretanto, que em um futuro próximo a nova entrada funcione o tempo todo. A integração entre os frequentadores da biblioteca e os do parque, aliás, é um dos objetivos da readequação. "A ideia é que um público alimente o outro", admite Valdirene Gomes, coordenadora dos núcleos temáticos da Secretaria de Cultura.

Faz sentido. A Raul Bopp recebe uma média de 50 visitantes por dia. "Quando há eventos - contação de histórias, por exemplo -, chegamos a ter um público de 300 pessoas", afirma Tania. Como nova biblioteca temática, a expectativa é de que atividades especiais sejam constantes no espaço.

EVENTOS

A abertura das comemorações ao dia do Meio Ambiente será hoje, às 11h30, ao lado da concha acústica do parque, com o Dança Pela Paz, evento no qual a musicista e professora de dança Marli de Matos mostrará danças de vários povos.

Às 14 horas, também no parque, a psicoterapeuta e artista plástica Alexa Leirner dará uma oficina criativa. O público será convidado a montar cenas numa caixa de areia, utilizando miniaturas. Em pauta estarão, é claro, discussões sobre aquecimento global e preservação do meio ambiente, entre outras.

O Grupo Guardiões dos Sonhos deve entreter a criançada a partir das 15 horas, com a contação da história O Aventureiro do Velho Chico. O enredo retrata a saga de Juvenal, personagem que constrói um barco e se lança numa aventura com criaturas fantásticas do imaginário cultural das comunidades do entorno do Rio São Francisco.

CONVITE INUSITADO
Com o objetivo de chamar a atenção para a inauguração da biblioteca temática, uma curiosa instalação foi vista ontem na Avenida Paulista, em frente ao Parque Trianon. Uma enorme escultura de gelo ficou derretendo ao longo do dia, chamando a atenção para a questão do aquecimento global. A mesma experiência deve ser repetida hoje, dentro do Parque da Aclimação.


Sábado, 30 de Maio de 2009

2 de jun. de 2009

Dez motivos para matricular seu filho em um curso de férias

1. No Espaço Zero (Rua Goiás, 167, Pacaembu, 3661-8658), crianças de 5 a 12 anos descobrem como é fabricado o vidro e fazem suas próprias bolinhas de gude. A oficina dura uma hora e custa 20 reais. Quartas e sextas, até 10 de fevereiro.

2. Quer ajuda na hora de dar um trato nas plantas? A C&C Casa e Construção (Shopping Lar Center, 4004-1444) preparou uma oficina de jardinagem grátis para maiores de 4 anos. No dia 18, a turma terá dicas de preservação do meio ambiente e sobre como plantar mudas de flores, verduras e vegetais diversos.

3. O Espaço Arte Atelier (Rua Jorge Alves Ferreira, 252, Morumbi, 3742-2299) ensina desenho, pintura, história da arte e escultura para meninos e meninas entre 5 e 12 anos. Quatro aulas saem por 115 reais (material incluso).

4. Nos dias 18 e 19, a escola Passatempo (Rua João Álvares Soares, 1314, Campo Belo, 5042-2720) mostra à criançada de 5 a 14 anos como personalizar camisetas, bermudas, tênis e bonés. A brincadeira dura uma hora e meia (18 reais).

5. A Federação Paulista de Golfe (Rua Deputado João Bravo Caldeira, 273, Jardim Ceci, 5587-5844) oferece, às terças e às quintas, um curso para futuros jogadores de 7 a 13 anos. É de graça, e o aluno não precisa se preocupar com o material. Bolas, luvas e tacos são emprestados pela federação.

6. Em salas coloridas e cheias de obstáculos, crianças de até 4 anos são estimuladas a desenvolver os movimentos e a coordenação. O encontro de duas horas na Steps Baby Lounge (Rua Professor Vahia de Abreu, 285, Vila Olímpia, 3846-8795) custa 75 reais. Até o dia 28.

7. Andar com pernas de pau, equilibrar-se sobre uma bola e fazer acrobacias são algumas das técnicas que os pequenos aprendem entre 23 de janeiro e 23 de fevereiro no Picadeiro Circo Escola (Avenida Cidade Jardim, 1105, Itaim, 3078-0944). Podem participar da brincadeira, que custa 180 reais, crianças de 5 a 12 anos.
8. A partir do dia 26, a Escola Wilma Kövesi de Cozinha (Rua Cristiano Viana, 224, Pinheiros, 3082-9151) reúne mestres-cucas mirins em quatro aulas sob o tema Crianças e Panelas (240 reais).

9. No Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas, 141, Vila Mariana, 5080-3000), adolescentes a partir de 12 anos criam histórias em quadrinhos e mangás. O curso dura doze horas e sai por 5 reais. Dias 21, 22, 28 e 29.

10. A garotada de 5 a 12 anos pode radicalizar na academia Bem Me Quer Sports (Rua Ministro Jesuíno Cardoso, 52, Vila Olímpia, 3044-1108). Entre as opções, noções de mergulho e surfe. Os pais pagam 70 reais e os baixinhos vão a quatro aulas de 45 minutos cada uma.

Quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

1 de jun. de 2009

Pé na estrada

TURISMO

O quente das praias ou o sossego das montanhas? Um hotel de luxo ou recantos superexclusivos onde os proprietários cuidam de cada detalhe? A partir de uma seleção do Guia Quatro Rodas Brasil 2006, Veja São Paulo visitou vinte novas pousadas (inauguradas desde 2004) que ficam a até 316 quilômetros da capital. São opções para namorar, curtir com a família ou divertir-se com a turma de amigos

MAIRIPORÃ

50 km

Unique Garden

Este é para quem gosta de um paparico. Spa de luxo dos mesmos donos do modernoso Hotel Unique, no Jardim Paulista, o Unique Garden oferece uma série interminável de tratamentos de relaxamento e beleza. Dos 25 chalés, dez foram projetados pelo arquiteto Ruy Ohtake. Quase tudo o que ali se consome ali é produzido – são estufas de frutas e verduras, hortas orgânicas, laboratórios de cremes e óleos essenciais (sim, até isso é exclusivo). O chef do restaurante, o francês Michel Darqué, que já serviu à realeza de Mônaco, faz literalmente o hóspede se sentir um rei.

Para quem: casais e viajantes solitários (eles aceitam, por exemplo, convalescentes de pequenas cirurgias e plásticas).

O que oferece: lareira em todas as suítes, spa com vinte opções de massagem e tratamentos de beleza que podem ser realizados em qualquer lugar do hotel (120 a 320 reais), aulas de hidroginástica, pilates e ioga, campo de golfe com nove buracos, dois helipontos, dois restaurantes, spa para cães, águas (naturais e aromatizadas) e sucos à vontade.

Fique esperto: como o terreno é gigante (300 000 metros quadrados) e acidentado, talvez você não tenha ânimo para longas caminhadas. Nesse caso, chame um dos carrinhos elétricos à disposição.

Atrativos da cidade: o hotel é concebido para o hóspede não sair de lá para nada. É a melhor opção mesmo.

Diária: entre 855 e 1818 reais o casal, com café-da-manhã e almoço.

Pacotes de fim de ano: de 3 500 a 5 100 reais o casal (30 de dezembro a 1º de janeiro), com café-da-manhã, almoço, jantar e late check-out às 19 horas no domingo.

Unique Garden. Estrada Laramara, 3 500 (acesso pelo quilômetro 53 da Rodovia Fernão Dias), Mairiporã, SP, (11) 4486-8700. www.uniquegarden.com.br. Inaugurado em março de 2005.


ILHABELA
224 km

Refúgio das Pedras

Em vez de implodir as pedras que tomam todo o terreno e construir uma pousada convencional, o proprietário e arquiteto José Fernando Pinheiro decidiu incorporá-las à decoração. As pedras entram pelas paredes da maioria dos sete quartos e desenham caminhos no jardim. O resultado é aconchegante e muito natural.

Para quem: casais (não aceita crianças).

O que oferece: piscina, sala de ginástica e café-da-manhã com pães e biscoitos preparados pela proprietária, a quituteira Maria do Carmo Pinheiro.

Fique esperto: a pousada está a 3,5 quilômetros da praia para banho mais próxima, a badalada Curral.

Atrativos da cidade: restaurantes, lojas e bares, além de 39 praias. A pousada fica no lado sul da ilha, perto do farol da Ponta da Sela.

Diária: entre 250 e 350 reais o casal, com café-da-manhã.

Pacotes de fim de ano: de 4 500 a 7 000 reais o casal (26 de dezembro a 2 de janeiro), com café-da-manhã e ceia de réveillon.

Refúgio das Pedras. Avenida Governador Mario Covas Jr., 11495, Ponta da Sela, Ilhabela, SP (12) 3894-1756. www.refugiodaspedras.com.br. Inaugurada em outubro de 2003 e ampliada em novembro de 2004.


ILHABELA

227 km

Armação dos Ventos

Dos mesmos donos da escola de iatismo BL3, a confortável pousada é freqüentada basicamente por amantes da vela. Possui suítes duplas e triplas, além de casas com dois quartos, banheiro, sala e cozinha, que podem ser alugadas por mês e acomodam até cinco pessoas.

Para quem: famílias e turmas.

O que oferece: serviço de praia (cadeiras e guarda-sóis), piscina com vista para o mar, restaurante e bar.

Fique esperto: como é uma praia de velejadores, a Armação costuma ter dezenas de barcos ancorados próximos à areia, o que pode incomodar os banhistas.

Atrativos da cidade: restaurantes, lojas e bares, além de 39 praias.

Diária: entre 120 e 180 reais o casal, com café-da-manhã. O aluguel mensal do chalé sai por 1 600 reais.

Pacotes de fim de ano: de 2 380 a 2 730 reais o casal (sete diárias, com início entre 26 e 28 de dezembro), café-da-manhã incluído.

Armação dos Ventos. Avenida Perimetral Norte, 4260, Armação, Ilhabela, SP, (12) 3896-3439. www.bl3.com.br. Inaugurada em março de 2004.


ILHABELA
216 km

Splendor

As sete amplas e confortáveis suítes estão voltadas para uma cachoeira particular que desemboca em uma piscina natural. Puro charme no meio da Mata Atlântica.

Para quem: casais.

O que oferece: piscina, bar e restaurante. Nos quartos, travesseiros e edredons de plumas de ganso, roupas de cama de algodão egípcio e cosméticos L'Occitane. As suítes superluxo têm banheira de hidromassagem ou lareira.

Fique esperto: localizada na região central da ilha, a Splendor está a 3 quilômetros da Engenho D'Água, a praia mais próxima para banho. Atenção: repelente na bagagem.

Atrativos da cidade: restaurantes, lojas e bares, além de 39 praias.

Diária: entre 168 e 290 reais o casal, com café-da-manhã.

Pacotes de fim de ano: de 1188 a 1628 reais o casal (22 a 25 de dezembro), com café-da-manhã. De 2835 a 3885 reais o casal (26 de dezembro a 2 de janeiro), com café-da-manhã.

Splendor. Avenida Coronel José Vicente Faria Lima, 2107, Reino, Ilhabela, SP, (12) 3896-3346. www.pousadasplendor.com.br. Inaugurada em outubro de 2004.


JUQUEÍ
156 km

Beach Hotel

Trata-se de um daqueles hotéis classicões: corredores compridos, quartos padronizados e serviço simpático, mas um tanto impessoal se comparado ao das pousadinhas. A grande vantagem é que fica à beira-mar e tem um belo gramado com playground e piscina.

Para quem: famílias.

O que oferece: serviço de praia completo (garçom, cadeiras e guarda-sóis), piscinas para crianças e adultos, playground, quadra de vôlei e TV a cabo nos quartos. Alguns apartamentos são dúplex e comportam até seis pessoas.

Fique esperto: as varandas dos quartos localizadas no 1º andar não são tão privativas.

Atrativos da cidade: na maré baixa, um passeio bacana é atravessar o Rio Juquehy, que margeia o hotel, e caminhar até a ponta da praia, recheada de pedras.

Diária: de 310 (seg. a qui.) a 890 reais (pacote de sex. a dom.) o casal, com café-da-manhã.

Pacotes de fim de ano: 500 reais a diária para o casal (18 a 25 de dezembro), com café-da-manhã e jantar. O pacote de Ano-Novo (sete diárias) custa 6 550 reais para o casal, com café-da-manhã e jantar.

Beach Hotel. Avenida Mãe Bernarda, 25, Juqueí, São Sebastião, SP, (12) 3891-1500. www.beachhotel.com.br. Inaugurado em novembro de 2004.


JUQUEÍ
156 km

Alcatrazes

Reinaugurada em 2004 depois de oito meses de reforma, a Alcatrazes é uma típica pousada pé na areia. Aconchegante, tem apenas treze quartos e está quase toda voltada para o mar.

Para quem: casais (só aceita crianças acima de 12 anos).

O que oferece: sala de leitura, piscina aquecida, spa com hidromassagem, sauna, esteira, bicicleta, bar, restaurante, serviço de praia (garçom, cadeiras e guarda-sóis) e seguro contra chuva – caso chova cinco horas seguidas (entre 9 e 17 horas), o hóspede ganha uma diária entre os meses de maio e agosto, exceto feriados.

Fique esperto: três das suítes (as de números 1 e 2 e o anexo) estão voltadas para a área do estacionamento. Apesar de a diária ser mais barata, não vale a economia.

Atrativos da cidade: a pedida é experimentar a culinária dos restaurantes Gulero e Bistrô, a seis quadras da pousada. No caso do contemporâneo Gulero, uma refeição (sem bebida) sai em média a 60 reais por pessoa.

Diária: entre 245 e 480 reais o casal, com café-da-manhã.

Pacotes de fim de ano:
de 4390 a 8680 reais o casal (26 de dezembro a 2 de janeiro), com café-da-manhã e ceia de réveillon.

Alcatrazes. Avenida Mãe Bernarda, 937, Juqueí, São Sebastião, SP, (12) 3863-1135. www.pousadaalcatrazes. com.br. Inaugurada em janeiro de 2004.


CUNHA
250 km

Barra do Bié

É o lugar perfeito para quem quer se desconectar do mundo: o celular não pega e os quatro quartos, com decoração rústica e aconchegante, não têm televisão nem telefone. Para passar o tempo, há trilhas, cachoeiras e um riacho particular no fundo do terreno da pousada.

Para quem: casais.

O que oferece: piscina, restaurante (só jantar), apartamentos com lareira e banheira.

Fique esperto: a Bié fica em um terreno isolado. A cidade mais próxima, Cunha, está a 21 quilômetros dali, sendo 5,8 de estrada de terra.

Atrativos da cidade: cachoeiras (a mais próxima da pousada fica a 5 quilômetros), trilhas na Mata Atlântica e lojas de artesanato.

Diária: 220 reais o casal, com café-da-manhã, e 280 reais, com café-da-manhã e jantar.

Pacotes de fim de ano: tanto no Natal como no Ano-Novo, os pacotes de três dias (sexta, sábado e domingo), com café-da-manhã, jantar na sexta, ceia no sábado e uma garrafa de champanhe, saem por 660 reais o casal.

Barra do Bié. Estrada da Barra, acesso pelo quilômetro 58,8 da SP-171 para Parati, Cunha, SP, (12) 3111-1477. www.pousadabarradobie. com.br. Inaugurada em maio de 2005.


BOIÇUCANGA
168 km

Di Mari

O charme dessa pousadinha de apenas nove quartos (todos com vista para o mar) é a caprichada decoração, com peças de artesanato, janelas pintadas e detalhes coloridos em arandelas e lustres. Além das suítes para até três pessoas, possui um chalé de dois quartos, cozinha e banheiro que comporta seis camas.

Para quem: casais e famílias.

O que oferece: piscina com hidromassagem e serviço de praia completo (garçom, cadeiras e guarda-sóis). Os utensílios da cozinha ficam à disposição dos hóspedes.

Fique esperto: mesmo com o mar calmo e sem ondas, a praia de Boiçucanga, de tombo, merece cuidados.

Atrativos da cidade: existem três cachoeiras bacanas no sertão de Boiçucanga. Para chegar à mais acessível delas, prepare-se para vinte minutos de trilha leve.

Diária: entre 150 e 160 reais o casal, com café-da-manhã. No chalé para até seis pessoas a diária é de 400 reais.

Pacotes de fim de ano: 2 331 reais o casal (26 de dezembro a 2 de janeiro), com café-da-manhã e coquetel de réveillon.

Di Mari. Rua Walkir Vergani, 833, Boiçucanga, São Sebastião, SP, (12) 3865-4711. www.dimari.com.br. Inaugurada em fevereiro de 2005.


SÃO FRANCISCO XAVIER
168 km

A Rosa e o Rei

Inicialmente, o espaço foi idealizado para a prática do tai chi chuan. Mas acabou se configurando como pousada, sem abandonar essa essência terapêutico-natureba. A alimentação, por exemplo, é lactoovovegetariana (à base de cereais integrais, mel, leite e derivados, frutas e verduras frescas e ovos). Ou seja, nem pense em pedir um bifinho.

Para quem: casais que curtem muuuito sossego e comida natureba.

O que oferece: duas cachoeiras com piscinas naturais, ofurô em todos os dez quartos, sauna, sala para prática de tai chi, espaços de contemplação, trilhas ecológicas e massagens (110 reais por sessão).

Fique esperto: o acesso é difícil, com 11 quilômetros de uma estrada vicinal.

Atrativos da cidade: cavalgadas, montanhismo e rapel. O Centro de Apoio ao Turista (12 3926-1279) forma grupos para caminhadas (20 a 30 reais por pessoa).

Diária: 380 reais o casal, com pensão completa.

Pacotes de fim de ano: para o Natal será cobrada a diária normal, com um adicional de 50 reais por pessoa (valor da ceia). Para o Ano-Novo, 2 980 reais o casal (26 de dezembro a 1º de janeiro), com pensão completa. O valor inclui aula diária de tai chi, duas massagens, caminhada dentro do rio e festa de réveillon.

A Rosa e o Rei. Estrada Municipal Ezequiel Alves Graciano, 10 100, Bairro Canelar, São Francisco Xavier, SP, (12) 3926-1318. www.arosaeorei.com.br. Inaugurada em novembro de 2004.


CAMPOS DO JORDÃO
192 km

Confraria da Terra

Com apenas cinco quartos, a Confraria da Terra vale a pena pela localização e por seu recheado cardápio de tratamentos relaxantes (as sessões de massagem custam entre 30 e 150 reais).

Para quem: casais.

O que oferece: ofurô, salas de leitura e lareira.

Fique esperto: construída num terreno irregular, a casa tem cada ambiente em um nível diferente. Assim, prepare-se para subir e descer escadas.

Atrativos da cidade: são muitos. Bons restaurantes, frio de rachar, chocolates caseiros, fondues, esportes de aventura, gente bonita, agito, agito e agito.

Diária: entre 190 e 250 reais o casal, com café-da-manhã, chá da tarde e massagem de trinta minutos.

Pacotes de fim de ano:
de 600 a 800 reais o casal (22 a 26 de dezembro), com café-da-manhã, chá da tarde e massagem. De 1 600 a 1 800 reais o casal (29 de dezembro a 2 de janeiro), com café-da-manhã, chá da tarde e massagem.

Confraria da Terra. Rua Francisco Romeiro, 935, Capivari, Campos do Jordão, SP, (12) 3663-4646. www.confrariadaterra. com.br. Inaugurada em maio de 2004.


CAMPOS DO JORDÃO
192 km

Cheverny

A 500 metros do centrinho, a Cheverny é uma boa opção para quem gosta do buchicho de Capivari. O acolhimento simpático dos funcionários faz com que o hóspede se sinta em casa. Destaque para o café-da-manhã, com seus pães de mel, geléias e bolos. Tudo feito ali mesmo.

Para quem: casais.

O que oferece: dezoito suítes (seis delas com cozinha), sala de jogos, bar em estilo inglês e sala de descanso.

Fique esperto: a carta do bar é pequena e tem preços salgados.

Atrativos da cidade: são muitos. Bons restaurantes, frio de rachar, chocolates caseiros, fondues, esportes de aventura, gente bonita, agito, agito e agito.

Diária:
entre 210 e 231 reais o casal, com café-da-manhã e chá da tarde.

Pacotes de fim de ano: de 630 a 693 reais o casal (22 a 25 de dezembro), com café-da-manhã e chá da tarde. De 897 a 984 reais o casal (29 de dezembro a 1º de janeiro), com café-da-manhã e chá da tarde.

Cheverny. Avenida Senador Roberto Simonsen, 700, Capivari, Campos do Jordão, SP, (12) 3663-7472. www.pousadacheverny.com.br. Inaugurada em março de 2004.


VISCONDE DE MAUÁ
316 km

Mauá Brasil

Em um vale da Serra da Mantiqueira, o grande diferencial da pousada é a belíssima vista, que pode ser apreciada do restaurante, da piscina, dos quartos e até das banheiras de hidromassagem das suítes. Comandado pelo chef carioca André Murray, o restaurante de cozinha contemporânea serve exóticas misturas como pato com jabuticaba (45,00 reais).

Para quem: casais em lua-de-mel (não aceita crianças).

O que oferece: banheira de hidromassagem com vista panorâmica em todos os quartos, lareira, piscina, sauna, heliponto. O café-da-manhã, servido até o meio-dia, inclui tortas, quiches e doces. De tão farto, pode substituir o almoço.

Fique esperto: no verão, a região é fria e chuvosa. O melhor período para visitá-la é de maio a agosto.

Atrativos da cidade: vale a pena uma visita ao restaurante de comida mineira Gosto com Gosto, na Vila de Mauá. Com duas estrelas no Guia Quatro Rodas, é considerado um dos melhores do Brasil.

Diária: Entre 310 e 370 reais o casal, com café-da-manhã.

Pacotes de fim de ano: 2 500 reais o casal (30 de dezembro a 1º de janeiro), com café-da-manhã e ceia de réveillon.

Mauá Brasil. Estrada Mauá, Campo Alegre, quilômetro 4, Visconde de Mauá, RJ, (24) 3387-2077. www.mauabrasil.com.br. Inaugurada em fevereiro de 2004.


MARESIAS
173 km

Azul da Cor do Mar

A pousada está a apenas 20 metros da praia, separada da areia por uma pequena avenida. É simples, mas tem quartos confortáveis.

Para quem: famílias, casais e moçada.

O que oferece: piscinas infantil e para adultos tratadas com ozônio (sem cloro), cadeiras e guarda-sóis na praia, restaurante, lanchonete 24 horas, loja de conveniência e circuito interno de DVD com dois canais.

Fique esperto: durante o dia, o bar das piscinas funciona com música ambiente escolhida pelos hóspedes. Na dúvida, leve o seu iPod.

Atrativos da cidade: Maresias é de longe a praia mais badalada do Litoral Norte. Há inúmeras festas, bares e o consagrado Sirena, que costuma trazer DJs estrangeiros algumas vezes por ano.

Diária: 150 reais o casal, com café-da-manhã.

Pacotes de fim de ano: 2 500 reais o casal (27 de dezembro a 2 de janeiro), com café-da-manhã e ceia de réveillon com música ao vivo no bar da piscina.

Azul da Cor do Mar. Avenida Francisco Loup, 1004, Maresias, São Sebastião, SP, (12) 3865-6279. www.azuldacordomar.com.br. Inaugurada em janeiro de 2005.


SÃO ROQUE
59 km

Pousada do Encanto

A 1050 metros de altitude, na Serra de Taxaquara, a pousada faz com que o hóspede se sinta inserido no clima de montanha. Olhares atentos não deixam de apreciar esquilos, tucanos, corujas, lebres e muitos pássaros. Para relaxar, piscina aquecida e um redário.

Para quem: casais.

O que oferece: piscina aquecida com bar, trilha na mata, passeio de buggy, fogueiródromo para luaus e, nos fins de semana, pizza na pedra (16 a 25 reais).

Fique esperto: o "aquecimento central" citado no site refere-se apenas aos chuveiros e torneiras. Quanto aos ambientes, somente o restaurante tem uma lareira.

Atrativos da cidade: São Roque é conhecida pela produção de alcachofras e uvas. Assim, não deixe de provar os pratos típicos, regados a um bom vinho. Para quem topa uma aventura, vale a pena esquiar no Ski Mountain Park (* 11 4712-3299).

Diária: 174 reais o casal, com café-da-manhã.

Pacotes de fim de ano: 1 200 reais o casal (23 a 25 de dezembro), com café-da-manhã; 2 200 reais o casal (28 de dezembro a 1º de janeiro), com café-da-manhã.

Pousada do Encanto. Estrada de Santo Antonio, 224 (acesso pelo quilômetro 55 da Rodovia Raposo Tavares), São Roque, SP, (11) 6965-2006. www.pousadadoencanto.com.br. Inaugurada em dezembro de 2004.


AVARÉ
273 km

La Laguna Guest House

Às margens da Represa de Jurumirim, a vedete da região, o La Laguna Guest House tem dez suítes, quatro das quais no prédio principal e seis chalés independentes. O casal de proprietários mora no local e passa ao turista a sensação de que o está recebendo na própria casa.

Para quem: casais e famílias.

O que oferece: piscina, sauna, barcos para passeio, sala de leitura, restaurante e duas quadras (tênis e poliesportiva). Se o hóspede quiser, pode ter aulas de golfe em um campo perto dali (30 reais por hora) e fazer um passeio de escuna (15 reais por pessoa, com duração de duas horas e meia).

Fique esperto: quatro das suítes (as chamadas colors) não têm cama de casal, mas duas de solteiro que podem ser unidas.

Atrativos da cidade: a Represa de Jurumirim e os esportes aquáticos praticados ali – windsurf, esqui aquático, jet-ski, entre outros.

Diária: de 350 a 380 reais o casal, com café-da-manhã.

Pacotes de fim de ano: 2 220 o casal (22 a 26 de dezembro), com pensão completa e ceia; 3 000 reais o casal (30 de dezembro a 2 de janeiro), com pensão completa, jantar especial de réveillon e queima de fogos.

La Laguna Guest House. Rodovia SP-255, quilômetro 273, Avaré, SP, (14) 3733-8635. www.lalaguna. com.br. Inaugurado em abril de 2005.


SANTO ANTÔNIO DO PINHAL
181 km

Villa Mantiqueira

Situada em uma chácara a poucos minutos da cidade, a Villa Mantiqueira é a pedida ideal para quem está em busca de sossego, baixas temperaturas e muito verde. Dos cinco chalés, dá para descansar olhando as montanhas. O restaurante, aberto também para não-hóspedes, cobra 40 reais por uma refeição completa. Vale a pena provar o risoto de shütake e as trutas.

Para quem: casais e famílias.

O que oferece:
trilhas, bicicletário, passeios a cavalo, piscina, sauna e uma pequena casa de bonecas.

Fique esperto: a estradinha que leva à Villa Mantiqueira tem dezenas de placas de outras pousadas. É preciso prestar atenção para não passar o local.

Atrativos da cidade: montanhas cobertas por pinheiros e eucaliptos, clima frio, trilhas e estradas de terra para caminhadas, hotéis acolhedores e sossego. Sem contar que está a apenas quinze minutos da badalada Campos do Jordão.

Diária: de 200 a 240 reais o casal, com café-da-manhã.

Pacotes de fim de ano: 868 reais o casal (30 de dezembro a 2 de janeiro), com café-da-manhã, ceia especial e queima de fogos.

Villa Mantiqueira. Estrada do Machadinho, quilômetro 4, Santo Antônio do Pinhal, SP, (12) 3666-2425. www.pousadavillamantiqueira.com.br. Inaugurada em junho de 2004.


SOCORRO
139 km

Hotel Fazenda Floresta do Lago

São quinze chalés e dez apartamentos construídos em 145 000 metros quadrados de área verde. O restaurante, situado às margens do lago, com pratos típicos mineiros, também atende a quem não está hospedado. Feijão-tropeiro e frango com quiabo são as especialidades do cozinheiro Álvaro Eduardo Grau.

Para quem: casais jovens.

O que oferece: piscina, salão de jogos, playground, quadra poliesportiva, quadra de tênis, campo de futebol, lago para pesca esportiva, tirolesa, restaurante e pista para motocross.

Fique esperto: por ser uma pousada bastante nova, inaugurada há cinco meses, ainda há espaços em construção (a piscina aquecida, por exemplo).

Atrativos da cidade: Socorro faz parte do chamado circuito das malhas. As melhores peças estão na Feira Permanente de Malhas e no Moda Shopping, totalizando 100 lojas.

Diária: de 145 a 230 reais o casal, com pensão completa.

Pacotes de fim de ano: 750 reais o casal (23 a 26 de dezembro), com pensão completa; 900 reais o casal (29 de dezembro a 1º de janeiro), com pensão completa.

Hotel Fazenda Floresta do Lago. Rodovia Socorro–Águas de Lindóia, quilômetro 5, Socorro, SP, (19) 3855-1331. www.hotelfazendaflorestadolago.com.br. Inaugurado em junho de 2005.


DESCALVADO
242 km

Hotel Fazenda do Mestre

Nessa fazenda de 51 alqueires, a comida é caseira, o fogão é a lenha e quase tudo é produzido ali, sem agrotóxicos. O hóspede pode colher verduras ou frutas no pomar e até ordenhar as vacas.

Para quem: casais (não aceita crianças).

O que oferece: piscina aquecida com bar, campo de futebol, quadra de tênis, trilhas, adega com cerca de 500 rótulos, ofurô e massagem (20 a 50 reais a sessão).

Fique esperto: o lugar é cheio de pernilongos. Não se esqueça do repelente.

Atrativos da cidade: Descalvado possui algumas cachoeiras com potencial turístico. A Salto do Pântano (a 12 quilômetros do hotel) e a Salto do Gasoso (a 14 quilômetros) são as mais bacanas.

Diária: 600 reais o casal, com pensão completa.

Pacotes de fim de ano: 1 200 reais o casal (23 a 25 de dezembro), com pensão completa; 4 500 reais o casal (23 de dezembro a 1º de janeiro), com pensão completa.

Hotel Fazenda do Mestre. Rodovia SP-215, quilômetro 110, Descalvado, SP, (19) 9601-0812. www.fazendadomestre.com.br. Inaugurado em junho de 2005.


PIEDADE
110 km

Ronco do Bugio

Quer fugir do stress? Então pode começar esquecendo seu celular (não vai pegar) e seu carro (ficará guardado em um estacionamento que não pode ser visto dos chalés). Silêncio? Nem tanto. Há o barulho do canto dos pássaros e, com sorte, o do ronco dos bugios... A pousada reúne oito chalés, todos com decoração personalizada, feita com peças vindas de antigas fazendas mineiras dos séculos XVIII e XIX.

Para quem: casais.

O que oferece: trilhas, piscina, sauna seca, sala de ginástica, minissalão de jogos e espaço terapêutico (massagens entre 53 e 116 reais). Destaque para o restaurante de alta gastronomia (que também atende clientes que não estão hospedados), comandado pelo chef Walter Bueno, ex-Santa Gula, na Vila Madalena. Receita imperdível: o confit de costelinha com risoto de cítricos e chutney de frutas (37,40 reais).

Fique esperto: o acesso é difícil. São quatro quilômetros de estrada de terra.

Atrativos da cidade: a Cachoeira da Fumaça, que fica na estradinha para Tapiraí, nas arestas do Parque Estadual do Jurupará, reserva de Mata Atlântica.

Diária: de 265 a 570 reais o casal, com caprichadíssimo café-da-manhã, que pode ser servido a qualquer hora do dia.

Pacotes de fim de ano:
de 1 975 a 3 700 reais o casal (27 de dezembro a 1-º de janeiro), com café-da-manhã e ceia especial de réveillon.

Ronco do Bugio. Estrada PDD, 128, Bairro dos Pires, Piedade, SP, (11) 8259-7788. www.roncodobugio.com.br. Inaugurada em junho de 2004.


ITATIBA
80 km

Fazenda Vila Rica

Um imponente casarão de arquitetura colonial portuguesa, construído em 1860, é a sede desse hotel-fazenda. No interior, muitos móveis de jacarandá e peças pinçadas de antiquários. Hospedar-se lá é uma verdadeira viagem no tempo, com requinte e muita natureza.

Para quem: casais e famílias (sem crianças).

O que oferece: passeios a cavalo, trilhas, piscina, sala de jogos e sala de ginástica. Se o hóspede quiser jogar golfe, o hotel leva-o até um campo próximo dali (de 75 a 150 reais).

Fique esperto: as suítes não têm TV nem frigobar.

Atrativos da cidade: prédios históricos, a maioria do século XIX. A 5 quilômetros do hotel, fica o ZooParque, com 1 400 animais (15 reais a entrada, 11 4538-7389).

Diária: de 600 a 1 500 reais o casal, com pensão completa.

Pacotes de fim de ano: de 2 000 a 3 000 o casal (23 a 25 de dezembro), com ceia, uma garrafa de prosecco por quarto, almoço especial de Natal; de 6 000 a 9 000 reais o casal (27 de dezembro a 2 de janeiro), com almoço, ceia, uma garrafa de prosecco e queima de fogos.

Fazenda Vila Rica. Rua Sandra Piovesani, s/n.º (acesso pelo quilômetro 23,5 da SP-063), Itatiba, SP, (11) 3663-2018. www.fazendavilarica.com.br. Inaugurado em setembro de 2004.

*As quilometragens referem-se à distância entre a capital e as pousadas ou os hotéis sugeridos.

em parceria com Nana Caetano.


Quarta-feira, 9 de novembro de 2005