25 de jun. de 2009

Intervenções viárias são as campeãs de atrasos

ADMINISTRAÇÃO
Reconversão urbana do Largo da Batata também está fora do prazo, assim como reforma na Ponte do Limão

Além do Complexo Viário do Jaraguá, outras três obras viárias estão entre as mais atrasadas da cidade de São Paulo: a Ponte do Limão e os Viadutos do Café e Beneficência Portuguesa.

É de 2004 o primeiro contrato para obras na Ponte do Limão, quando a estrutura foi abalada por um caminhão que passava pela Marginal do Tietê e ficou entalado. Foram realizados reparos emergenciais, mas os trabalhos acabaram paralisados por quatro anos e meio. As obras foram retomadas em fevereiro deste ano, com término previsto para junho.

Na região do Largo da Batata, o atraso das obras prejudica principalmente os comerciantes. O movimento de pessoas – e, consequentemente, seus ganhos – caiu. O contrato foi assinado em dezembro de 2004 e o prazo para a conclusão era de 1 ano e 2 meses. A nova previsão é de que seja inaugurado ainda em 2009.

Os lojistas reclamam que operários não concluem os trabalhos de forma organizada. “Eles já quebraram a minha entrada umas cinco vezes. Por que não fazem tudo de uma vez?”, questiona o empresário Alexandre Della Corte. Sua loja de produtos de R$ 1,99 teve o acesso totalmente bloqueado na quinta-feira passada.

Caso parecido vive Keiko Ota, dona de um comércio de autopeças. Ela afirma que seu estabelecimento registrou queda de 50% no faturamento nos últimos anos, pois as obras impedem que automóveis estacionem na garagem para trocar peças, como baterias e rodas. “Nesta semana nenhum carro entrou aqui. Eles falaram que essa etapa das obras iria durar 40 dias, mas o prazo se esgotou faz tempo”, diz.

Especialistas procurados pelo Estado para comentar a questão das obras atrasadas na capital avaliam que é enorme o prejuízo para a população. O urbanista Cândido Malta Campos Filho, da Universidade de São Paulo (USP), defende que obras urbanísticas, como a do Largo da Batata, deveriam ter prioridade. “Nosso urbanismo é muito precário”, justifica. “Ao mesmo tempo que temos uma ânsia por locais de convivência coletiva e social, sentimos falta de arquitetos com esse tipo de cabeça, que pensem o espaço urbano, planejando boas calçadas e praças, por exemplo.”

Ao contrário das promessas de campanha de reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM), três Centros Educacionais Unificados (CEUs) ainda não estão completamente concluídos. São eles o Uirapuru, no bairro do Butantã, o Heliópolis – que está na segunda e última etapa de obras – e o Jaguaré. Este último é o mais atrasado. Seu contrato foi assinado em 2004, com previsão de término em 8 meses. Deve ficar pronto apenas no segundo semestre deste ano.

em parceria com Renato Machado.


Domingo, 31 de maio de 2009

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