7 de abr. de 2009

Caçamba toma vaga que era de deficiente

ACESSIBILIDADE
Em 6 meses, CET realizou 2.204 autuações; multa é de R$ 53,20

A reportagem do Estado analisou na quarta-feira da semana passada o uso de 15 vagas exclusivas para pessoas com deficiência na região central de São Paulo. A legislação foi respeitada na maioria das vezes, com carros devidamente identificados ou o espaço permanecendo desocupado. No entanto, uma das localizadas na Rua Líbero Badaró estava ocupada por uma caçamba de entulho, que foi colocada exatamente sobre a demarcação da vaga e ao lado da placa de sinalização.

Outro flagrante de desrespeito foi presenciado na Rua Santa Ifigênia, onde havia uma Kombi descarregando produtos. O motorista, que não se identificou, disse que ficaria ali por pouco tempo e sairia assim que um carro com deficiente chegasse. Entre julho e dezembro do ano passado, a CET registrou 2.204 autuações de pessoas que estacionaram em vagas exclusivas. Antes dessa data, não havia um enquadramento específico – a infração era registrada juntamente com as demais de “estacionamento irregular”. Estacionar em desacordo com a sinalização é uma infração leve, com multa de R$ 53,20 e perda de três pontos na CNH.

A situação das vagas não é diferente em prédios públicos. Na tarde de quinta-feira, havia seis carros estacionados nas cinco vagas reservadas a deficientes no prédio da Assembleia Legislativa. Como? Isso foi possível, porque, em estacionamentos de 45 graus para deficientes, o espaço entre os veículos precisa ser maior que o convencional – para que caiba uma cadeira de rodas, por exemplo. Assim, motoristas fizeram duas vagas onde deveria existir apenas uma.

Dos seis carros, apenas três tinham adesivo. Um dos não identificados era um veículo oficial da prefeitura de Brotas (SP). “É porque eu integrei o grupo que veio para São Paulo”, explica o vereador João de Jesus (PSDB), cadeirante. “Lá em Brotas não temos selo de identificação. Quando estou viajando, é comum passar por constrangimentos.”

em parceria com Renato Machado.


Quinta-feira, 2 de abril de 2009

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