2 de abr. de 2009

Na Internet, as ‘proezas’ feitas nas estradas

TRÂNSITO
Mas condutor só pode ser autuado se for surpreendido no ato, diz OAB

Dia 29 de novembro de 2008. Uma Ferrari amarela zigue-zagueia imprudentemente, em alta velocidade, entre os carros na Rodovia dos Imigrantes. Ao passar por um posto policial, o motorista grita: "Aê, guardinha! Seu trouxa, babaca, otário!" E segue em frente, impune, colocando em risco sua vida, a vida do passageiro ao lado e de quem está na pista. É fácil encontrar filminhos como esse no site de vídeos YouTube.

De acordo com o advogado Cyro Vidal Soares da Silva, presidente da Comissão de Assuntos e Estudos sobre Direito de Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil, quando o vídeo permite a identificação do motorista, ele deve ser convocado a prestar esclarecimentos à autoridade de trânsito competente. "Se ficar comprovada a participação no racha, a pessoa pode ser indiciada em inquérito e perder a habilitação", explica. "Mas para o Código de Trânsito ser aplicado, o motorista precisa ser surpreendido no ato", frisa o advogado. Ele adverte, entretanto, que postar tais vídeos pode configurar incitação ao crime. "O Código Penal prevê detenção de 3 a 6 meses."

Sem apresentar números - a alegação era de que seria necessário mais tempo para levantá-los -, o Comando de Policiamento Rodoviário da Polícia Militar afirmou que tem uma equipe rastreando casos na internet. "Estamos antenados", diz o tenente André Nogueira. "Quando conseguimos identificar alguém, repassamos a placa do veículo ao batalhão responsável pela rodovia."

No site de relacionamentos Orkut, há muitas comunidades que reúnem praticantes de rachas. A popular "Racha na Veia" tem quase 80 mil integrantes. Em um dos tópicos, os internautas eram convidados a relatar seu recorde de velocidade.


Quarta-feira, 25 de março de 2009

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