26 de dez. de 2008

Elas pedem socorro

PATRIMÔNIO
Pesquisa mostra que oito em cada dez praças da capital estão sem manutenção

Mato alto, bancos quebrados, falta de iluminação e lixeiras destruídas: oito em cada dez praças da cidade, analisadas por uma pesquisa de amostragem divulgada na semana passada, estão malcuidadas e com ar de desleixo. No Largo do Arouche, por exemplo, há sujeira nos canteiros, pichação em uma escultura e diversas falhas nas calçadas. A poucos minutos dali, no Largo Santa Cecília, a gangorra está torta e o balanço, sem nenhuma das cadeiras, não serve mais para as crianças brincarem. "Ficamos impressionados com o descaso com as nossas praças", afirma o arquiteto Cesar Bergstrom, coordenador de um levantamento feito pelo Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco). Entre maio e julho, foram analisadas 183 praças, distribuídas proporcionalmente pelas 31 subprefeituras. A amostragem representa 4% do total de 4 620 praças contabilizadas pela prefeitura – esse número inclui "todos os espaços abertos, preferencialmente jardinados, destinados ao lazer e à recreação comunitária".

Segundo o levantamento, há bancos quebrados em metade das praças pesquisadas, lixeiras destruídas em 73% delas e falhas no calçamento em 38% dos espaços (veja quadro). "Esperamos que esses números sensibilizem a prefeitura", diz Bergstrom. O secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, atribui parte da culpa às empresas contratadas pelo poder público para fazer a manutenção das praças. "Muitas prestam um serviço de baixa qualidade", afirma. "Além disso, a amostra analisada por essa pesquisa é muito pequena para dar uma idéia da real situação."

As praças mais bem avaliadas são as mantidas pela iniciativa privada. É o caso da Ramos de Azevedo, com 7 000 metros quadrados, conservada desde 1998 pelo Grupo Votorantim. Não é a única. Existem 832 áreas públicas apadrinhadas. E outros 293 pedidos na fila. Na última quarta-feira, representantes das subprefeituras reuniram-se para discutir medidas que desburocratizem o sistema de adoção. Hoje, o processo leva cerca de dois meses. A empresa tem o direito de exibir placas com sua marca no local. E o paulistano, no lugar das áreas malcuidadas reveladas pela pesquisa, ganha praças de verdade que ajudam São Paulo a ser uma cidade melhor.


Principais problemas
Das 183 praças avaliadas pelo Sindicato da Arquitetura e da Engenharia...

48%
estavam com bancos quebrados

22%
com áreas verdes malcuidadas

18%
com falta de iluminação

73%
com lixeiras destruídas ou sem lixeiras

71%
com brinquedos quebrados*

38%
com falhas no calçamento

* Foram consideradas apenas as praças que possuem playground (20% do total da amostra)


Quarta-feira, 29 de agosto de 2007

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