30 de dez. de 2008

Plantando a sua própria floresta

Nos planos do SOS Mata Atlântica, o plantio de 4 milhões de árvores em 5 anos

O empresário Carlos Junqueira acaba de comprar dez árvores que serão plantadas na mata atlântica. Incentivado pela marcenaria Etel Interiores, de São Paulo, com a qual mantém negócios, ele garante que, em breve, vai aumentar sua “floresta”. A marcenaria é uma das primeiras empresas a participar do projeto Florestas do Futuro (http://www.florestasdofuturo.org.br), da Fundação SOS Mata Atlântica. Nos próximos cinco anos, a ONG pretende plantar 4 milhões de árvores. “O projeto é longo e ainda engatinha, mas os empresários o têm recebido bem”, conta Sulce Lima, do Departamento de Comunicação e Marketing da SOS. Ela lembra que “trabalhar com meio ambiente exige tempo e paciência”.

O Florestas do Futuro propõe a cada empresa participante adotar uma floresta, financiando o plantio de pelo menos 15 mil árvores. As empresas tornam-se parceiras da SOS Mata Atlântica, “formando uma cadeia de efeitos positivos”, como diz diretor da fundação, Mario Mantovani.

A lógica do projeto baseia-se no que se convencionou chamar de créditos de carbono: a quantidade de dióxido de carbono emitida na atmosfera deve ser compensada com o plantio de árvores. Essas árvores estão indexadas no mercado de capitais. “No futuro, certamente haverá uma explosão de recursos financeiros para isso”, prevê Mantovani, lembrando que a preocupação ecológica e a responsabilidade social têm se tornando necessidades crescentes.

A diretora financeira da Etel, Lissa Tozzi, conta que sua empresa “trata a madeira como jóia da natureza. Por isso temos um cuidado todo especial”. A marcenaria já adquiriu sua floresta: 15 mil árvores serão plantadas no Vale do Tibagi (PR).

Anne Louette, coordenadora do Núcleo de Ação Social da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), sempre diz aos empresários que “o carro já existe e só é necessário abastecê-lo”. Ela garante que as ações dão certo quando o empresariado busca apoio técnico e estrutural das ONGs. O gerente de projetos ambientais da Fiesp, Nilton Fornasari, confirma: “O relacionamento com a comunidade facilita a condução dos projetos de modo mais adequado”.

Mas será que as empresas não estão se aproveitando dessas parcerias para fazer marketing? A SOS Mata Atlântica espera que não. “Acredito na alma ecológica das empresas. É importante que elas vejam esses projetos conscientes de que estamos caminhando para a falência ambiental”, observa Sulce Lima convencida de que seu trabalho resultará em benefício coletivo.


Quarta-feira, 17 de novembro de 2004

Um comentário:

edson disse...

Evidentemente, como tudo no braziul isso será apenas mais uma espaço para os infinitos tentáculos da corrupção...