16 de fev. de 2009

Depois da última estação

Como é o processo de limpeza, dos 117 trens do Metrô paulistano – tem até lava-rápido
SÃO PAULO 455 ANOS

As catracas das 55 estações do Metrô paulistano registram uma média de 3,3 milhões de passageiros por dia – só na Estação Sé, são 750 mil usuários, número maior que a população do município de Osasco. A maioria dessas pessoas não faz a menor ideia da operação-limpeza por que passam os 117 trens da frota da companhia.

Há desde a faxina rápida entre as estações, com os trens em funcionamento, até um complexo serviço realizado nos três pátios da capital – no maior, do Jabaquara, passam por manutenção os veículos das Linhas Azul e Verde; no de Itaquera, ficam os da Linha Vermelha; no do Capão Redondo, os da Lilás. “Nos pátios, ocorre um verdadeiro trabalho de formiguinha”, comenta o engenheiro eletricista Wilmar Fratini, gerente de Operações da Companhia do Metropolitano.

No Jabaquara, ficam 62 trens da frota – cada um roda de 400 a 500 quilômetros por dia. Ali, 160 funcionários são escalados para dar conta da limpeza noturna, que começa por volta das 21 horas e segue até as 4 do dia seguinte. De dez em dez dias, cada veículo passa por uma higienização minuciosa, interna e externamente. “A gente procura sempre pegar os que estão há mais tempo sem limpar”, explica Alzirio Ferreira, controlador de Torre e Tráfego, apontando para uma planilha no computador onde estão listados todos os trens.

O primeiro estágio do processo é o mais impressionante. Devagar, a uma velocidade máxima de 5 km/h, o trem passa três vezes, ida e volta, por uma máquina semelhante a um lava-rápido de carros. Em 20 minutos, está limpo. A engenhoca é econômica: dez litros de detergente e mil litros de água são suficientes para a lavagem de oito trens.

Em seguida, entram em ação as “formiguinhas” propriamente ditas. Os trens ficam estacionados lado a lado e os funcionários são divididos em equipes com três integrantes. Cada uma limpa seis vagões por noite – o equivalente a um trem inteiro. “Primeiro varremos o chão, depois tiramos o pó com o pano. Só então começamos a lavar as paredes e os vidros”, conta Maria Felipe de Sousa, que encara o serviço há 13 anos.

Ao longo do dia, 42 funcionários realizam, em rodízio, faxina nos vagões em movimento. Usam vassouras e pás e, em caso de algum resíduo líquido, papel toalha. “Cada trem é limpo dez vezes por dia”, garante Wilmar.

Quem utiliza o metrô paulistano aprova a higiene. De acordo com pesquisa realizada pela Companhia em 2007, 88% dos usuários consideraram “muito boa” a limpeza.


Domingo, 25 de janeiro de 2009

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