30 de out. de 2009

Por dentro da cabeça dos arquitetos paulistanos

ESPECIAL
Enquete do 'Estado' mergulha no cotidiano de quem pensa os espaços de São Paulo

De acordo com o Dicionário Houaiss, o substantivo feminino arquitetura significa "arte e técnica de organizar espaços e criar ambientes para abrigar os diversos tipos de atividades humanas, visando também à determinada intenção plástica". Não à toa, a arquitetura está presente no cotidiano de todo mundo. Do quarto onde dormimos à baia de escritório onde trabalhamos, sempre há uma (tentativa de) organização espacial. Com maior ou menor técnica. Com maior ou menor conforto. Com maior ou menor estética. Com maior ou menor arte.

E, assim como em todas as profissões, existem arquitetos e arquitetos. Uns acreditam que sua obra deve aparecer mais que o que ela abriga, outros exaltam a discrição; há os que se escondem atrás do próprio ego e os que preferem esconder o próprio ego; há os meios-termos; há tantos, tão vários que, paulistanos de tantas origens diferentes, têm sua parcela de mérito e culpa pelo caos urbano que é a maior metrópole brasileira, esta cidade de São Paulo que também são tantas infinitudes, imperfeições e belezas.

Em junho, o Estado decidiu promover uma enquete para entender como pensam os arquitetos paulistanos e, de quebra, pedir para que os próprios elegessem os melhores entre seus pares - missão difícil, já que era proibido que o eleitor votasse em si mesmo.

Para viabilizar a tarefa, o Estado contou com a ajuda da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA), que retransmitiu aos seus 144 associados paulistanos - responsáveis, segundo levantamento da entidade, por cerca de 70% das obras executadas em São Paulo - um questionário formulado pela reportagem.

Eram oito simples perguntas: data de fundação e número de arquitetos que trabalham no escritório; qual o projeto urbanístico que ele gostaria de ter sido o autor; qual jamais deveria ter sido feito; que local da cidade escolheria para melhorar; qual o maior símbolo da arquitetura paulistana; qual o melhor escritório de São Paulo; nome do escritório autor das respostas; nome do arquiteto responsável pelas respostas.

No total, o Estado recebeu de volta 64 e-mails. Após a apuração de tal amostragem, pôde-se entender um pouco a opinião dos arquitetos paulistanos sobre tais temas gerais.

Partiu-se então para a segunda etapa da reportagem. Os cinco escritórios de arquitetura mais admirados, segundo a enquete, foram procurados na penúltima semana de agosto, e informados do resultado do levantamento. Todos receberam o convite para participar das reportagens a seguir e foram incumbidos de uma mesma missão: apresentar uma ideia arquitetônica ou urbanística de presente para São Paulo. Tiveram seis semanas para desenvolver a proposta.

8.ª BIA
Com esta publicação especial, o Estado divulga os expoentes da arquitetura paulistana a dois dias da abertura da 8ª edição da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo (www.bienalinternacionaldearquitetura.com), que vai até o dia 6 de dezembro no Pavilhão Ciccillo Matarazzo da Fundação Bienal, no Parque do Ibirapuera (R$ 12). A organização do evento espera receber 200 mil visitantes.

Embalada pelo fato de o Brasil ser a sede da Copa de 2014, a BIA deste ano pretende discutir como áreas degradadas em centros urbanos podem ser renovados graças a megaeventos.


Quinta-feira, 29 de outubro de 2009

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