24 de out. de 2009

Praticidade que custa o sossego

COPA-14

Moradores de ruas onde a nova linha do Metrô deve passar acreditam que será bom ter um transporte público rápido pertinho de casa. Mas se preocupam com o barulho que o vaivém dos trens irá causar. “Vai acabar o sossego”, diz o comerciante Otávio Oliveira Fernandes, morador da Rua Senador Otávio Mangabeira, no Morumbi. Já a diarista Antonia Ferreira da Silva, que há nove anos vive na Rua Itapaiuna e se desloca, de ônibus, para trabalhar na Avenida Santo Amaro, acha que seu dia a dia ficará mais fácil. “Levo mais de 40 minutos para chegar à casa de minha patroa, de ônibus”, comenta, imaginando que, de metrô, não vai gastar nem metade desse tempo. “O barulho (do trem) vai atrapalhar um pouco”, afirma. “Mas se for para melhor, fazer o quê?” Não será a primeira transformação da Rua Itapaiuna que a aposentada Geni Ricci Lopes testemunhará. Aos 76 anos, ela lembra muito bem de como era a região quando para lá se mudou, ainda criança. “Só tinha mato. E muito sossego”, recorda-se. “Hoje são muitos prédios e movimento.” Depois de tantas mudanças, ela nem parece se importar com mais esta. Só pensa que será mais fácil quando quiser “ir para a cidade”. “Hoje preciso pegar ônibus e metrô”, compara.

Sábado, 3 de outubro de 2009

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