20 de mai. de 2009

Um dia após conflito, 4 feridos ainda permaneciam internados

GUERRA DAS POLÍCIAS
No total, 32 pessoas receberam atendimento; hospitais não divulgaram quem pagará a conta

Um dia após o confronto entre policiais civis e militares no Morumbi, 4 das 32 vítimas que foram hospitalizadas anteontem permaneciam internadas até as 19h30 de ontem. Os policiais Flávio Roderley Antonio, Reinaldo de Freitas e José Augusto Merencio continuavam sob observação clínica no Hospital Albert Einstein - onde foram atendidos 19 feridos no confronto. Nenhum precisou passar pela UTI e todos apresentavam quadro de saúde estável.

Felipe Wanderlei Mariano, com fratura exposta no segundo dedo da mão direita e escoriações na mão esquerda, se submeteu a exames no Hospital São Luiz e, em seguida, foi transferido para o Hospital São Leopoldo, em Santo Amaro. No hospital da zona sul, passou por uma cirurgia e permanecia internado até a noite de ontem, sem previsão de alta. Seu quadro era estável.

O Hospital São Luiz recebeu ainda outros cinco policiais civis. Com escoriações leves, hematomas e queimaduras, eles foram atendidos e receberam alta em seguida. Outros cinco policiais foram atendidos no Hospital Itacolomy, na região do Butantã, e dois feridos foram encaminhados ao Hospital Universitário da USP.

Como o conflito ocorreu a poucos metros do Albert Einstein, o hospital ativou seu "plano de catástrofe" - a direção providenciou colchões, sofás e cadeiras extras no saguão e preparou equipes para atender a um elevado número de vítimas simultaneamente.

Em artigo, Henrique Neves, o CEO da instituição, reclamou que um hospital precisa ter "condições permanentes de executar suas atividades sem quaisquer impedimentos, a fim de preservar vidas e amparar quem necessita de cuidados". "Os feridos por balas de borracha e bombas de efeito moral não foram os únicos prejudicados: as conseqüências tiveram impacto nos cerca de 500 pacientes internados e seus acompanhantes", acrescentou.

"O transtorno também impediu que pessoas que buscaram o hospital no fim da tarde daquele dia - para casos urgentes, emergentes e de rotina." Neves lembrou que "durante horas" médicos e enfermeiros foram impedidos de chegar ao hospital. Com a interdição das vias, as ambulâncias também ficaram bloqueadas.

Os hospitais não divulgaram quem vai arcar com os custos. O Einstein afirmou que "o primeiro atendimento é uma obrigação" e que "ainda não foi definido quem vai pagar essa conta". O São Luiz não soube informar sobre o assunto.

ALTA
Por volta das 10 horas de ontem, o coronel da PM Danilo Antão Fernandes, um dos negociadores da greve, teve alta. Ele foi atingido por um tiro durante a manifestação. No fim da tarde, o Estado entrou em contato com ele, por telefone. Já em casa, o coronel afirmou que estava bem, mas se negou a dar entrevista. "Prefiro aguardar o comando se manifestar", disse.

Colaborou Mônica Aquino.


Sábado, 18 de Outubro de 2008

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